Daily News – Forte reviravolta? Acredite se quiser...
Os ativos de risco estão
apresentando forte recuperação nesta manhã, após Trump declarar que a China
teria ligado demandando o recomeço de negociações para um acordo comercial.
Por ora, a China negou este
eventual telefonema.
Na noite de ontem, contudo, a
China pediu calma e adotou uma postura mais conciliadora.
Eu sou vendedor de ativos de risco
na atual conjuntura. Ontem afirmei que teríamos volatilidade elevada ao longo
da semana (vide aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1165746363885412354)
e hoje estamos tendo a confirmação deste cenário.
Acredito que a Guerra Comercial
seja apenas um vetor de aceleração para um estágio final de ciclo econômico na
maior parte do mundo, mas não o seu único vetor.
Assim, as manchetes em torno do
tema são capazes de trazer volatilidade e eventuais suportes aos mercados, mas
as bases fundamentais da economia seguem frágeis e em processo de degradação,
em meio a um ambiente de incertezas crescentes.
Na Alemanha, o IFO – um dos
principais indicadores de confiança de toda a Europa – apresentou nova queda e
ficou abaixo das expectativas do mercado em agosto, mostrando exatamente este
pano de fundo ao qual tenho me referido neste fórum diariamente a quase um ano.
Dado meu horizonte mais prolongado
de investimentos, acredito que, no cenário externo, na melhor das hipóteses,
teremos muita volatilidade, mas pouca tendência. Neste ambiente, os ativos podem
até se manterem nos atuais níveis, mas vejo pouco “upside” na média (ou em sua maioria).
Assim, mantenho visão negativa para os ativos internacionais.
Não há novidades relevantes no Brasil,
cujos mercados devem seguir a tendência global na ausência de novidades locais relevantes.
Não acredito que a questão da
Amazônia seja uma “novidade relevante” para os mercados locais, a despeito de
sua importância social (não cabe a este fórum comentar sobre o assunto).
O risco de longo-prazo para o Brasil
é termos um cenário semelhante ao da Argentina, em que um governo mais liberal
não seja capaz de ajeitar a economia em tempo hábil e acabe correndo o risco de
perder as eleições para a esquerda no próximo pleito eleitoral. Ainda me parece
cedo para temes este cenário.
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