O final de semana trouxe algumas
notícias mais negativas para os mercados financeiros globais, o que reforça a
minha visão de que, no curto-prazo, devemos observar mais um período de
consolidação/realização de lucros nos ativos de risco. Assim, devemos esperar
mais volatilidade, sem grandes tendências definidas.
Eleição EUA – Uma pesquisa realizada pelo
Washington Post e pela rede de TV ABC, realizada antes da re abertura do inquérito
do FBI em relação aos e-mails de Hillary Clinton, mostrou a vantagem da
candidata caindo para 2pts em relação a Trump.
As pesquisas recentes mostram o
que eu imaginava, que a corrida eleitoral será muito mais apertada do que o que
vinha sendo realmente mostrado pelas pesquisas recentes. Ainda vejo Hillary
como favorita ao posto mas, eventualmente, os mercados podem pedir prêmios
maiores até o dia das eleições.
Petróleo/OPEP –
A reunião da OPEP realizada no
final de semana foi inconclusiva. Após anunciarem um acordo para o corte de
produção, no inicio do mês, o cartel não foi capaz de fechar a questão em sua
última reunião. Ao que parece, o Iran e o Iraque, países que estão retomando
sua capacidade produtiva, e tem interesse no aumento de produção, estão com
dificuldades em acordar o tamanho de suas cotas.
O cartel, assim, terá até o final
deste mês, data limite imposta pelos mesmos, para acertar, ou não, um corte ou
congelamento de produção.
China – Uma reunião do Politburo
realizada no final da semana passada parece ter concluído com uma mensagem de
postura menos “dovish” do que anteriormente. A mensagem está em linha com os
movimentos recentes realizados pelos policy makers locais, como a adoção de
medidas para frear o mercado imobiliário, medidas para evitar novas rodadas de
aceleração do mercado de crédito, além de deixarem as taxas de juros de mercado
mais elevadas.
Continuo vendo a economia da
China em um processo de “stop-and-go”. Neste cenário, períodos de estabilização
do crescimento, sustentados por medidas de estímulo governamental, serão
seguidas de períodos de enfraquecimento da economia, muitas vezes também estimuladas
por medidas do governo.
Nos últimos meses, um processo de
re-alavancagem do mercado imobiliário e de crédito deram sustentação a
estabilização da economia. Me impressiona, contudo, como o processo de
alavancagem foi rápido e acentuado, com reflexos apenas moderados sobre o
crescimento (ou seja, a economia foi capaz, apenas, de se estabilizar, sem
nenhum sinal concreto de aceleração). Este cenário mostra que o modelo de
crescimento parece esgotado e o poder dos policy maker cada vez mais limitado.
Agora, o governo busca evitar bolhas em mercados específicos, o que pode vir a
desacelerar o crescimento do país.
O cenário central é de um
crescimento relativamente estável e saudável no curto-prazo, com alguma
moderação da economia nos próximos 3 a 6 meses. O risco, contudo, continua a
ser de algum erro de política ao longo do tempo.
Segundo a Goldman Sachs:
We view the overall tone of the
statement from this meeting as modestly less dovish than the previous
meeting. This may help to explain the visible rise in interbank interest
rate over the past 10 days. If short term interbank rates stay at the
current level, the October average level will be the highest monthly
level over the past 12 months. The central bank has been injecting
liquidity into the interbank market on a net basis, therefore technically
the tightening likely has been the result of more liquidity being drained
from (1) more net fiscal revenue collection or/and (2) more FX outflows,
and, likely to a much lesser extent, (3) a more cautious attitude of
market participates to lend to each other, perhaps because of rising
regulatory uncertainties. The unconfirmed WMP (wealth management product)
policy adjustment is not yet in effect in terms of an actual regulatory
change, but it did send a hawkish signal which may alter the behavior of
market participants. However, such changes are common and the interbank
rate showed remarkable stability over the past year which reflects the
policy bias of the central bank more than anything else. The change in
the rate therefore likely reflected a change in policy stance.
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Besides the concerns on overly rapid
property price rises, the increase in the repo rate occurred amid:
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(1) less concern about growth slowdown
after August and September activity data became available. While
September's sequential industrial activity growth was very weak, it
was not so obvious to someone who is mainly focused on year-over-year
growth rate. September FAI and retail sales data surprised on the
upside, even though we attach much less weight to them relative to
the much more reliable IP data; and 3Q GDP data was at least in line
with expectations; and
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(2) greater pressures on the RMB exchange
rate which has been depreciating against the USD since early October.
Official data showed a significant rise in the amount of FX outflows
in September, which likely continued into October. Allowing interest
rates to rise modestly may help to alleviate the pressures on FX.
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We do not think this change in tone
signals a dramatic change in policy stance. Concerns about a repeat of
the 2013 liquidity crunch are certainly overdone because that was a
one-off policy misfire, which we think is extremely unlikely to be
repeated. In terms of broad economic policy stance we do not believe it
will be tightened significantly as this will most likely lead to another
round of slowdown in growth which we would think the government cannot
tolerate, especially at the current stage of the political cycle. Should
FX outflow pressures ease, property prices show signs of stabilization
and activity growth shows more visible signs of weakness, the interbank
rate is likely to be brought back to the level it was earlier this year.
In the meantime the government is likely to take other targeted
administrative policy actions to support growth. We continue to expect 4Q
GDP growth to come in at 6.7%yoy which implies a very slightly lower
sequential growth than in 3Q.
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