US Rates.
Os ativos de risco tiveram mais um dia de realização de lucros.
O movimento de abertura das taxas longas de juros nos EUA continua a ser um dos
principais vetores que estão afetando o humor dos mercados neste momento. Além
disso, adicionaria que a posição técnica de alguns mercados possa ter ficado
(pontualmente) menos positiva. A proximidade das eleições nos EUA também pode
ser um vetor que esteja restringindo o bom desempenho dos ativos de risco.
Eu ainda vejo o cenário base como sendo de um baixo crescimento
global, com flutuação em torno da tendência, mas sem riscos evidentes de
recessão. A inflação no mundo desenvolvido deverá subir gradualmente. A postura
dos principais bancos centrais do mundo deve continuar a ser de estimular o
crescimento global, mas com ajustes nos instrumentos e suas magnitudes.
Ainda vejo um movimento de consolidação/realização dos ativos de
risco no curto-prazo, mas um cenário estrutural ainda construtivo para aqueles
ativos que oferecem yields/carry atrativos, fundamentos saudáveis (ou em
vias de melhora) e posições técnicas favoráveis. Neste ambiente, os ativos
brasileiros ainda me parecem muito bem posicionados.
O cenário central é de movimentos graduais rumo a taxas de juros
mais “normais” no mundo desenvolvido. Neste ambiente, os ativos de risco
poderiam digerir de forma tranquila os movimentos, exceto por momentos pontuais
de maior stress. O risco, por outro lado, seria o movimento de abertura das
curvas longas de juros se tornar mais rápido e acentuado, levando a um movimento
maior de risk-off dos ativos de risco.
Os ativos locais continuam seguindo o humor global a risco. Vejo
um movimento de (in)digestão do mercado de juros, que se ajusta para o que
ficou percebido como uma postura mais hawkish do BCB. O BRL ainda apresenta
movimento relativo mais favorável do que os seus pares globais, ajudado pelos
fluxos da Repatriação.
Estou aproveitando o movimento recente para adicionar posições
na parte intermediária da curva nominal e real de juros, além de algumas
opcionalidades para uma queda de 50bps na próxima reunião do Copom (essas
opções não como posição principal, mas como posições com assimetrias que me
parecem favoráveis).
Mantenho uma posição comprada em BRL, via estruturas de opção.
Acredito que a apreciação do BRL será mais suave de agora em diante. Uma
postura mais tática ainda é necessária.
Mantenho posições vendidas em S&P e tomadas na Treasury como
hedges para o portfólio local.
Brasil – A
taxa de desemprego dessazonalizada apresentou nova elevação. Os rendimentos
reais continuam em trajetória cadente. A recuperação do mercado de trabalho
será lenta e gradual, o que deverá manter a recuperação da economia como um
todo bastante lenta.
EUA – O
Durable Goods Orders ficou abaixo das expectativas em setembro, confirmando o
que dados preliminares já haviam sinalizado. A rubrica de investimentos
continua sendo um vetor de preocupação para a sustentabilidade da recuperação
econômica dos EUA.
O Jobless Claims manteve-se basicamente nos mesmos níveis da
última semana, mostrando um mercado de trabalho robusto.
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