Mundo Desenvolvido: Taxas de Juros, Política Monetária e Política Fiscal.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, e sem tendências (ou correlações) relevantes essa manhã. Na agenda do dia, destaque para o Jobless Claims nos EUA.

Na Alemanha, o Factory Orders apresentou alta de 1% MoM em julho, acima das expectativas de 0,3% MoM. Nos EUA, ontem, o ISM Non-Manufacturing apresentou forte alta, superando em muito as expectativas do mercado.

Nos últimos dias, observamos sinais de uma leve melhora na perspectiva de crescimento de curto-prazo da economia mundial, o que afasta o risco de uma nova rodada de desaceleração do mundo, ou o risco de uma recessão global no curtíssimo-prazo. A grande verdade, contudo, é que se confirma um cenário de baixo crescimento mundial, mas com flutuações em torno desta tendência.

Os ativos de risco estão digerindo de maneira construtiva este cenário, mesmo que as taxas de juros no mundo desenvolvido venham abrindo taxas nos últimos dias, com um claro viés de steepening das curvas. Além da melhora na perspectiva de crescimento global, os ruídos em torno da política monetária no mundo desenvolvido, especialmente o rumor de um “tapering” na Europa, e a possível perda de potência dos juros negativos e do QE nas economias de Japão, Europa e EUA, aliada a possibilidade de uma substituição da política monetária por uma política fiscal mais agressiva, estão levando a alguma reprecificação dos ativos de risco.

O movimento mais claro, em um primeiro momento, fica por conta da abertura das taxas de juros nestes países, com a curva apresentando viés de steepening. A resultante para as bolsas e o mercado de moedas acaba sendo menos trivial. Acredito que, enquanto os movimentos forem graduais e suaves, os ativos de risco irão receber de maneira construtiva e positiva este novo cenário. Caso a abertura de taxas de juros se torne mais rápida, acentuada e desordenada, poderemos conviver com períodos pontuais de realização de lucros e risk-off.

No Brasil, a quarta-feira foi de forte apreciação dos ativos locais. O cenário interno acabou ajudando o bom desempenho dos ativos brasileiros ao longo desta semana, aliado a um quadro técnico ainda construtivo. Há sinais de que os estrangeiros não apresentam posições relevantes nos mercados locais, assim como os investidores institucionais apresentam pouca posição em ativos de maior risco, como o mercado de renda variável. Pelas nossas análises internas, os Hedge Funds locais já apresentam posições relevantes nos mercados de juros e câmbio.


A PEC do Teto dos Gastos caminha para um desfecho dentro do desejado pelo Governo, o que deverá abrir espaço para a negociação da Reforma da Previdência. A inflação de curto-prazo mostra-se contida e desacelerando, como desejado pelo BCB. O crescimento, contudo, mostra sinais de uma recuperação mais lenta do que o imaginado por alguns. Nos últimos dias, vimos indicadores coincidentes que apontam para um crescimento ainda bastante pressionado no curto-prazo.

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