From US Rates, to US Election.
A semana está
terminando com um movimento mais generalizado de aversão a risco. De maneira geral
e simplista, a notícia de que o FBI reabriu as investigações sobre os e-mails
pessoais de Hillary Clinton acabaram ditando a dinâmica dos mercados
financeiros globais ao longo da tarde.
Eu não tenho certeza se
as investigações, caso algo seja encontrado, podem vir a inviabilizar a
candidatura de Hillary. Contudo, a menos de duas semanas das eleições, e com as
pesquisas recentes apontando para uma corrida mais apertada do que o imaginado,
a notícia de hoje certamente traz um ímpeto novo a campanha de Donald Trump.
Neste contexto, eu
basicamente mantenho minhas expectativas já amplamente discutidas neste fórum.
Espero um período de consolidação e realização de lucros para os ativos de
risco no curto-prazo, mas sem alterar de maneira significativa a visão
construtiva de longo-prazo para algumas classes de ativos (como o mercado local
de juros, por exemplo). As eleições nos EUA devem manter os ativos de risco com
dinâmica mais volátil e sem tendências relevantes.
Em termos de posições,
minhas recomendações sofreram poucas alterações hoje, exceto pela adição de
algumas proteções no mercado de renda variável. Já havia reduzido as
recomendações de BRL para um nível baixíssimo, afim de esperar um melhor
momento para adicionar posições táticas (compradas) novamente. Mantenho uma
posição relevante no mercado local de juros, na parte intermediária das curvas
nominais e reais. Mantenho o hedge
externo vendido em S&P e tomado na Treasury de 10yrs.
Brasil
Juros: O presidente do BCB deu
declarações à mídia onde procurou reforçar que a política monetária e
dependente dos dados. Acredito que, se o Copom fosse hoje, o corte seria de
25bps. Contudo, vejo espaço para as condições impostas pelo BCB sejam
atingidas, e um corte maior de juros ocorra já na próxima reunião do Copom.
Ainda vejo um ciclo adicional de corte de juros de, no mínimo, 250bps, o que
torna a assimetria da curva ainda positiva.
BRL: O cenário externo, a ausência
dos fluxos da Repatriação, um técnico desfavorável, e o vencimento dos swaps cambiais
anunciado pelo BCB ajudaram a levar o câmbio novamente para 3,2. Acredito que o
processo de apreciação, de agora em diante, será mais incerto do que
anteriormente. Vejo o BRL como um play de
carrego (operação que não sou grande fã). Ainda pretendo buscar posições
compradas em BRL, mas adotar postura tática, e posições menores, de agora em
diante. Não vejo grandes tendências neste momento.
EUA
PIB: O PIB ficou acima das
expectativas, com alta de 2,9% QoQ Anual. Contudo, o qualitativo acabou sendo ruim,
com um forte acumulo de estoques e um aumento pontual das exportações. Esses
vetores tendem a se reverter com o tempo.
Michigan Confidence: O indicador caiu de
87,9 para 87,2 pontos. As expectativas de inflação se mantiveram nas mínimas
históricas.
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