Semana começa com tom positivo.
Os ativos de risco estão abrindo
a semana em tom mais otimista, após uma rodada de PMIs acima das expectativas
na Europa, e com uma temporada de resultados corporativos, até o momento,
positiva nos EUA. O CNY teve mais uma noite de fixing mais depreciado, mas o
movimento acabou sendo “atropelado” pelo viés mais otimista dos demais ativos
de risco. Neste momento, o petróleo opera próximo a estabilidade, enquanto as
commodities metálicas apresentam movimento de alta. O dólar cai contra as
moedas EM e ligadas a commodities, mas apresenta-se estável contra G3.
Na Europa, o destaque ficou por
conta do Markit PMI da Alemanha. O Markit PMI Composite passou de 52,8 para
55,1 pontos, acima das expecativas de 53,3 pontos.
O número afasta o risco de uma
nova rodada de desaceleração no curto-prazo, elevando as expectativas de uma
leve aceleração da economia mundial neste final de ano. O risco de uma recessão
global, assim, está descartado neste momento. O outro lado da moeda, contudo, é
que números nesta direção podem vir a alterar, mesmo que pontualmente, a
postura de alguns bancos centrais ao redor do mundo.
Neste contexto, reforça-se o
cenário central que temos descrito neste fórum, de um crescimento global baixo,
porém estável, com flutuações em torno da tendência. A inflação sobe
gradualmente no mundo desenvolvido, mas ainda de um patamar confortavelmente
baixo. Assim, os principais bancos centrais do mundo devem manter uma postura
de estímulo econômico, apenas promovendo ajustes pontuais em suas políticas
monetárias.
Este cenário deve continuar a ser
visto como positivo pelos ativos de risco, especialmente por aqueles cujos
fundamentos se mostram sólidos (ou em vias de recuperação), e cujos yiels/carry
justifiquem posições de carrego.
No Brasil, o quadro político
continua a dominar as manchetes. Os jornais de hoje afirmam que a votação da
PEC do Teto dos Gastos poderá passar em segundo tunro na Câmara com margem
favorável ao governo ainda maior do que a votação em primeiro turno. Se isso for
verdade, será uma importante demonstração de força de Temer, especialmente após
a prisão de Eduardo Cunha.
Por outro lado, a mídia continua
repercutindo a prisão de Cunha e suas consequências políticas. O consenso jornalístico
é que Cunha representa um grande risco a ordem institucional atual e,
especialmente, a base do governo Temer. Acredito que uma delação premiada de
Cunha pode sim afetar figuras chaves do atual governo, mas acredito que Temer
tenha condições de governar mesmo que tenha que descartar alguns aliados no
meio do caminho, como já fez no passado recente. Todavia, temos que admitir que
o “risco Lava-Jato” precisa ser acompanhado, pois a situação pode mudar, para
pior, a qualquer momento.
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