Update.

Ata do Copom: O BCB manteve o mesmo tom do comunicado divulgado após a reunião, reforçando a seguinte mensagem: O Copom concluiu que a evolução das projeções no cenário de referência no horizonte relevante, que abrange os anos-calendário de 2017 e 2018, indica haver espaço para flexibilização gradual e moderada da política monetária.

O Comitê sinalizou que a inflação de serviços, especialmente aquela ligada atividade econômica, será fundamental para os próximos passos da política monetária.

Acredito que o BCB se mostrou dependente dos dados. Se a reunião fosse hoje, uma queda de 25bps seria o mais provável. Como a próxima reunião ainda está a mais de um mês de acontecer, existe espaço para que as condições impostas pelo Comitê estejam alinhadas para uma queda superior a 25bps no próximo Copom. Assim, o mais provável é que o mercado trabalhe com uma probabilidade de queda entre 25bps e 50bps até a próxima reunião. Ainda acredito que seja factível um ciclo adicional de queda de juros entre 300 e 400bps ao longo dos próximos meses.

O mercado local de juros acabou apresentando um dia de realização de lucros, mas com um movimento apenas tímido de flattening da curva. Nos atuais níveis de preço, me parece condição necessária a precificação de um ciclo mais agressivo de corte de juros por parte do BCB para o bom desempenho de toda a curva nominal. Na minha visão, podemos passar por um período de consolidação, até que as condições impostas pelo BCB sejam atingidas para, então, uma nova rodada de fechamento de taxas de juros ocorrer.

Contas Externas: O déficit na conta corrente de setembro ficou abaixo das expectativas do mercado, confirmando um quadro confortável para o balanço de pagamentos. O que me chama mais a atenção é o movimento de saída dos estrangeiros do mercado de renda fixa local na conta capital, uma tendência que se mostra rígida e persistente, mesmo diante da recuperação dos fundamentos locais.

O BRL apresentou mais um dia de desempenho relativo e absoluto positivo, ajudado pelos fluxos decorrentes da Repatriação. Acredito que haja espaço para mais alguns poucos dias de performance positiva da moeda. A medida que estes fluxos aconteçam, é natural esperar que os fluxos subsequentes sejam mais espaçados e o processo de apreciação se torne menos intenso. Não descarto movimentos pontuais de consolidação da moeda no patamar de 3,00-3,15.

EUA: O Consumer Confidence caiu de 103,5 para 98,6 pontos em outubro, abaixo das expectativas de 101,5 pontos. A abertura do indicador também foi negativa, com a proxy de emprego apresentando queda. Vale ressaltar, contudo, que o indicador continua em patamar elevado, condizente com um crescimento moderado da economia.

O mercado embute probabilidade extremamente elevada de vitória de Hillary nas eleições. Acredito que a corrida possa ser mais apertada do que a probabilidade embutida pelo mercado.

Continuo gostando de posições vendidas em S&P500 e tomadas na Treasury de 10 anos como um hedge para o cenário externo.

Petróleo: A commidity teve um dia de queda, com o WTI voltando a operar abaixo de US$50. Rumores em torno da sustentabilidade do acordo de corte de produção pelos países da OPEP foram os principais responsáveis pelo movimento.

Europa: A Austria emitiu títulos de 70 anos, com taxas próximas a 1%. Por ora, segue um cenário de busca generalizada por yields. Enquanto isso, acumula-se o risco de duration nas principais economias globais.


China: A moeda do país segue no patamar mais depreciado de vários anos. O movimento tem sido gradual, mas sofreu certa aceleração recentemente. Os mercados financeiros globais mostram-se confortáveis com este processo. Caso o movimento continua, e sua intensidade se torne mais acentuada, podemos sofrer períodos pontuais de stress nos ativos de risco.

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