Update.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, novamente sem tendências relevantes ou correlações muito óbvias. As bolsas da Europa e EUA operam em alta, em um dia de estabilização da situação do DB (até o momento). O dólar apresenta leve fortalecimento, com destaque para mais uma rodada de queda da GBP, após a Primeira Ministra da Inglaterra afirmar que não pretende dar prioridade a situação do sistema financeiro nas negociações do Brexit. As commodities operam em leve queda, provavelmente refletindo a notícia, no final de semana, de que algumas cidades na China estão implementando medidas que visam frear o mercado imobiliário do país.

No Brasil, a segunda-feira foi de forte apreciação dos ativos locais. As eleições municipais mostraram uma forte e relevante perda de espaço do PT e das esquerdas radicais, levando a um fortalecimento, especialmente, do PSDB. O resultado foi sem dúvida alguma positivo aos olhos do mercado financeiro brasileiro, o que ajudou o movimento de apreciação dos ativos locais.

Ao que parece, a posição técnica estava mais leve do que eu imaginava, o que acabou ajudando a dar ímpeto ao movimento de apreciação dos mercados de câmbio, juros e renda variável nesta segunda-feira. Finalmente, vale lembrar que se aproxima a data para que a PEC do Teto dos Gastos seja aprovada no Congresso, o que pode ser a primeira mudança estrutural relevanta aprovada pelo país em vários anos, ajudando sobremaneira as contas públicas locais.

Eu mantenho uma visão mais cautelosa para o cenário externo no curto-prazo, vendo alguns riscos de amontoando. Contudo, o cenário local continua bastante positivo. Por ora, o cenário de baixo crescimento global, com flutuações em torno da tendência, com um cenário de inflação contida, e bancos centrais ainda expansionistas, deve continuar a ser visto como positivo e estável para os ativos de risco. Neste ambiente, os ativos brasileiros devem continuar apresentando desempenho positivo. Caso este cenário seja testado em alguma frente (crescimento mais baixo, inflação mais alta, bancos centrais menos expansionistas, risco a estabilidade financeira, entre outros) deveremos rever esta visão.

O estrategista de FX do Morgan Stanley está alertando para algum risco inflacionário no mundo desenvolvido no curto-prazo:

Inflation upside and volatility: Global inflation surprises continue to point to the upside, largely driven by higher commodity prices than at the start of the year and fiscal support from China helping to stabilise manufacturing data. However, this rise of inflation surprises has come at a time when bond yields are close to all-time lows and investor positioning in bond markets is getting increasingly stretched. With the markets positioned for more negative rates in both the eurozone and Japan, we as FX strategists are starting to pay more attention to risks posed should bond yields start to rise from expectations that higher inflation reduces the need for more rate cuts. Indeed, our rates strategists are positioned for this scenario via selling Bunds vs. Treasuries, which should help the case for a higher EURUSD. Historically FX volatility has followed bond volatility closely, in contrast with equity volatility, which has managed to stay relatively low despite uncertainty about global monetary policies. Our analysis shows that GBP and CAD should weaken if bond volatility rises.


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