Update.

A semana começou sem mudanças no cenário central que temos desenhando neste fórum.

Eu ainda vejo o cenário base como sendo de um baixo crescimento global, com flutuação em torno da tendência, mas sem riscos evidentes de recessão. A inflação no mundo desenvolvido deverá subir gradualmente. A postura dos principais bancos centrais do mundo deve continuar a ser de estimular o crescimento global, mas com ajustes nos instrumentos e suas magnitudes.

Ainda vejo um movimento de consolidação/realização dos ativos de risco no curto-prazo, mas um cenário estrutural ainda construtivo para aqueles ativos que oferecem yields/carry atrativos, fundamentos saudáveis (ou em vias de melhora) e posições técnicas favoráveis. Neste ambiente, os ativos brasileiros ainda me parecem muito bem posicionados.

O cenário central é de movimentos graduais rumo a taxas de juros mais “normais” no mundo desenvolvido. Neste ambiente, os ativos de risco poderiam digerir de forma tranquila os movimentos, exceto por momentos pontuais de maior stress. O risco, por outro lado, seria o movimento de abertura das curvas longas de juros se tornar mais rápido e acentuado, levando a um movimento maior de risk-off dos ativos de risco.

Brasil – Dia de desempenho positivo para os ativos locais, mas com magnitudes ainda tímidas. A performance local foi ajudada por alguns vetores externos específicos, como o forte desempenho dos ativos da África do Sul, após as acusações sobre o Ministro das Finanças local serem retiradas pelo Ministério Público.

O segundo turno das eleições regionais apenas reforçaram a mensagem das urnas no primeiro turno, ou seja, vimos um enfraquecimento dos partidos classificados como de “esquerda”, mas também uma perda de confiança da sociedade nos partidos políticos tradicionais.

Em entrevistas recentes, e em reuniões com economistas em SP ao longo da segunda-feira, o Banco Central reafirmou seu compromisso com o centro da meta de inflação, mas deixou claro que será dependente dos dados.

EUA – A despeito de uma redução da diferença entre Hillary e Trump nas últimas pesquisas, o mercado ainda vê Hillary como franca favorita à vitória, o que tem ajudado a suavizar eventuais movimentos mais acentuados de deterioração dos ativos de risco.

Os dados econômicos divulgados hoje apenas reforçam a visão de um crescimento em torno de 2% do país.

Petróleo – Dia de forte queda da commodity (-4%), após a ausência de um acordo na reunião da OPEP ao longo do final de semana para um corte ou congelamento da produção do cartel. Além dias, existem expectativas de um aumento ea oferta em alguns países específicos.


Mercados – Sem grandes alterações nas recomendações de posições. Ainda gosto de investimentos no mercado local de juros, na parte intermediária das curvas nominal e real. A posição comprada em BRL está menor, concentrada em estruturas de opção com perda limitada, e sem vislumbrar um processo acentuado de apreciação da moeda. Pretendo adotar postura mais tática em torno do BRL de agora em diante. Ainda gosto do “combo” vendido em S&P e tomado na Treasury de 10yrs. Acho favorável o risco/retorno em algumas proteções no mercado de renda variável, assim como opcionalidades para um corte de 50bps na próxima reunião do Copom (não como posição principal, para como um complemento para o portfólio).

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