US Rates - Update

Os ativos de risco estão basicamente mantendo as tendências que prevaleceram ao longo de toda essa semana. Assim, estamos observando mais um rodada de abertura de taxa de juros nos países desenvolvidos, que estão dando suporte ao USD no mundo, e colocando pressão nas commodities e nas bolsas globais. O movimento essa manhã, contudo, é muito mais tímido do que aquele verificado nos últimos dias, pelo menos por enquanto.

Na minha visão, a velocidade com que o movimento de abertura de taxa de juros longas no EUA (e nas demais economias desenvolvidas) irá abrir taxas daqui para a frente importa tanto quanto, ou até mais, do que o movimento de abertura em si, especialmente para o desempenho dos demais ativos de risco. 

Se o movimento se tornar mais rápido, acentuado e desordenado, podemos ter uma intensificação do movimento de risk-off dos últimos dias. Caso o movimento se mantenha gradual, vejo amplo espaço para a diferenciação de desempenho entre as classes de ativos.

Por ora, exceto por argumentos técnicos, como zeragem de posições de fundos CTAs/Quants e afins, além de fluxos pontuais, não vejo um cenário econômico claro onde haja a necessidade de intensificação desses movimentos de abertura de taxas de juros. Eu trabalho com um cenário de “reflation” e juros mais elevados no mundo desenvolvido, mas acredito que esses movimentos possam ser graduais e ao longo do tempo, apenas com períodos pontuais de stress.

Ainda vejo um movimento de consolidação/realização dos ativos de risco no curto-prazo, mas um cenário estrutural ainda construtivo para aqueles ativos que oferecem yields/carryatrativos, fundamentos saudáveis (ou em vias de melhora) e posições técnicas favoráveis. Neste ambiente, os ativos brasileiros ainda me parecem muito bem posicionados.

Após ter concentrado risco no BRL nas últimas semanas, reduzimos alocação a esta classe de ativos, e voltamos a concentrar esforços no mercado local de juros, na parte intermediária da curva real e nominal. Seguimos com hedges externos, especialmente na venda de S&P e tomados na Treasury de 10yrs.

Europa – A primeira prévia do PIB da França ficou levemente abaixo das expectativas, com alta de 0,2% QoQ no 2Q. Na Espanha, o crescimento continua surpreendendo positivamente, com alta de 0,7% QoQ no PIB do mesmo período.

EM – O fluxo para os ativos dos países emergentes continua positivo, mas cada vez mais seletivo. Vejo esta tendência de fluxos positivos e seletivos como estrutural. Segundo o HSBC:

Net inflows to EM funds and outflows from DM funds continued in the week ended 26 October. Gains in EM equity funds persisted for a fifth week, mainly in Korea, Brazil and India, but losses from DM equity funds have persisted for four weeks, mostly from Japan, the US and Europe (the UK, Germany and France). Gains in EM bond funds doubled, led by Colombia, Thailand and Mexico, but deposits in DM bond funds were cut in half, solely led by US bond funds.

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