Petróleo: Doha Failed/Brasil: Impeachment goes on!

Os ativos de risco abriram o domingo sobre forte pressão, após a reunião da OPEP em Doha terminar sem um acordo formal para o corte ou congelamento da produção do petróleo, como era esperado pelo mercado, e vinha sendo sinalizado pelos países membros. O petróleo WTI chegou a cair 6% (cai 3% neste momento), causando forte pressão nos ativos de risco em geral. Vale lembrar que a estabilização/recuperação no preço do petróleo foi um dos pilares que ajudaram a dar suporte aos ativos de risco nas últimas semanas. Uma eventual perda deste suporte pode vir a representar um vetor de risco aos mercados financeiros globais, pelo menos no curto-prazo e, especialmente, nos níveis de preço que alguns ativos de risco atingiram. Desde a abertura dos mercados no domingo à noite, contudo, observamos alguma recuperação dos ativos de risco. Neste momento, um viés negativo ainda prevalece, porém de maneira menos intensa do que antes.

No Brasil, o impeachment foi aprovado pela câmara com ampla maioria. O resultado foi em parte esperado. O processo agora vai ao senado, onde precisa transcorrer em cerca de 180 dias. Espera-se, todavia, que o processo seja mais rápido. Temer já acena aos jornais que pretende adotar medidas de imediato, especialmente nas áreas econômicas e socais, com o objetivo de dar um choque de expectativas e mostrar a sociedade que pretende atender a demanda do povo por mudanças, mas por continuidade no tocante aos avanços sociais atingidos nas últimas décadas.

Como tenho afirmado neste fórum, salvo algum evento de catastrófico, agora devem começar as especulações em torno de como será formado um governo liderado por Michel Temer, em termos de apoio político e qualidade técnica. Eu sou otimista neste quesito. Entendo que as resoluções dos problemas do Brasil não serão fáceis. Teremos um longo e turbulento caminho pela frente, mas acredito que Temer será capaz de montar um governo de coalizão política, com boa qualidade técnica, podendo aprovar reformas mínimas que, na margem, consigam tirar o Brasil do “atoleiro”. Repito, o caminho será longo e tortuoso, teremos grandes obstáculos e volatilidade dos ativos locais, mas a direção me parece positiva.

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