Brasil: Novos obstáculos ao governo Dilma.

Os ativos de risco estão mostrando sinais de fragilidade após o movimento positivo verificado ontem. As bolsas norte americanas caem levemente neste momento, com o dólar voltando a se fortalecer ao redor do mundo. Não há notícias relevantes que alterem de forma significativa o cenário, nem hoje, nem ao longo da semana.

Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Jobless Claims nos EUA e do IGP-DI no Brasil.

No Brasil, a Folha traz em sua reportagem de capa o que seria um vazamento da delação premiada dos executivos da empresa Andrade Gutierrez. Segundo a reportagem, os executivos afirmaram que a campanha de Dilma foi financiada com dinheiro oriundo de um esquema de propinas para o ganho de concessão de obras públicas. Segundo a matéria:

A Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, fez doações legais às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e de seus aliados em 2010 e 2014 utilizando propinas oriundas de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico. A informação consta da delação premiada do ex-presidente da empresa Otávio Marques de Azevedo e foi sistematizada por ele em uma planilha apresentada à Procuradoria-Geral da República. O ex-presidente e o ex-executivo Flávio Barra detalharam a planilha em depoimentos ocorridos em fevereiro, enquanto negociavam a delação premiada que espera homologação no Supremo Tribunal Federal. É a primeira vez que é descrito por um empresário o esquema revelado pela Operação Lava Jato, de financiamento de partidos por meio de propinas de contratos públicos legalizadas na forma de doação eleitoral.

Caso a informação seja verdadeira e consiga ser comprovada, será mais um grande obstáculo para a continuidade do governo Dilma, senão pelo processo de impeachment hora em curso, por um eventual processo que tramita no TSE. A delação poderá vir a dar suporte a novas fases da Operação Lava-Jato, colocando no centro do escândalo do Petrolão novos personagens, ainda mais próximos do Palácio do Planalto.

Segundo a mesma Folha, o PMDB estuda expulsar aqueles seus membros que votarem contra o impeachment de Dilma, desobedecendo a diretriz do partido. Está postura, não confirmada oficialmente, seria um importante impulso, mostrando a seriedade dos lideres do PMDB, para que o processo de impeachment ganhe força novamente.

De acordo com um placar do impeachment que vem sendo desenvolvido pelo Estadão, o impeachment conta com 259 votos a favor (contra 234 de ontem) e 110 contra. Os demais votos estão indecisos ou não foram encontrados.

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