Brasil: Inflação, Emprego e Contas Externas
Os ativos de risco tiveram mais um dia de “U-turn”.
Iniciaram o dia frágeis, após a dinâmica ruim dos mercados na China, mas acabaram se recuperando ao
longo da tarde. O destaque ficou por conta do movimento de queda no EUR, provavelmente em um ajuste de
posições para a reunião do ECB amanhã (indicadores técnicos mostram um mercado
comprado na moeda da Europa). Neste momento, o SPX testa novamente o patamar de
2.100 pontos, mas está tendo dificuldades, pelo menos momentâneas, para romper
este patamar. O petróleo voltou a subir acentuadamente, com rumores de um novo
acordo para o congelamento da produção pela OPEP.
Eu ainda vejo o cenário de curto-prazo como positivo, mas
tenho dúvidas em relação a sustentação destes movimentos no longo-prazo, frente
aos desafios que ainda existem na economia mundial. Estou com baixíssima
exposição a risco no momento, já que vejo pouco apelo nos atuais níveis de
preço. Será importante acompanhar os mercados na China está noite.
No Brasil, o dia foi
de agenda econômica cheia. O IPCA-15 ficou acima das expectativas, porém com um
quadro qualitativo positivo. Segundo nosso time econômico: Leitura de serviços foi boa na margem (embora tenha acelerado na média
móvel trimestral para 6,45%); A inflação de bens segue forte, mas está
mostrando sinais melhores na margem. Produtos industriais (bens ex – alimentos)
mostraram bem melhor na margem; Estamos trabalhando com IPCA ao redor de 7%
para 2016.
Os dados de emprego apenas reforçaram o cenário que já vem se
desenhando há vários meses, ou seja, aumento do desemprego e queda dos
rendimentos, um quadro nada favorável para o consumo e para o crescimento do país.
Nosso economista afirma que: A taxa de
desemprego dessaz atingiu 10% no trimestre encerrado em fevereiro. A tendência
é que a raxa de desemprego siga subindo; A taxa de participação subiu para
61,4%, contribuindo para a elevação da taxa de desemprego; Rendimento nominal
desacelerou rapidamente para 6,4%a/a; A contração da massa salarial real
continua ampliando no ano/ano.
As contas externas mostraram a mesma dinâmica que já impera
desde o ano passado. Observamos queda do déficit em conta corrente, graças a
recuperação da balança comercial. O IED continua robusto, mesmo que com um
fluxo para portfólio ainda fraco.
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