Brasil: Rumores.

O final de semana trouxe notícias divergentes em relação ao processo de impeachment. Vamos ver alguns fatos e alguns rumores sobre o tema. Segundo a mídia, Lula estaria sendo bem sucedido em angariar votos individuais para a base do governo. Nesta direção, já teria conseguido reverter grande parte dos votos do PP. Além disso, o ex-presidente afirmou que poderia tomar posse como Ministro da quinta-feira, caso uma decisão favorável do STF seja proferida neste ínterim. Por hora, este tipo de notícia não passa de rumor. A contagem dos votos a favor (e contra) o impeachment é completamente incerta e imprecisa.

De acordo com Lauro Jardim, Monica Moura, esposa de João Santana e responsável pela parte financeira de suas empresas, já teria confessado o recebimento de caixa dois na campanha de Dilma em 2014. Ainda não se sabe se ela realmente fechou um acordo de delação premiada e se este tipo de informação é verdadeira. Caso seja confirmado o teor dessa eventual delação, seria um golpe fatal ao governo, especialmente via TSE.

O mesmo Lauro Jardim afirma que amanhã será anunciado um corte no preço da Gasolina e do Diesel pela Petrobrás. Diante da queda do preço internacional e da apreciação cambial, haveria espaço para este tipo de manobra. Contudo, vale ressaltar que a companhia apresenta um enorme endividamento. O mercado externo está fechado para captações da empresa e ela necessita de uma geração de caixa positivo e consistente nos próximos meses (senão nos próximos anos) para conseguir se manter saudável (e até mesmo sobreviver). De qualquer maneira, uma medida nesta direção me parece mais uma tentativa de populismo na tentativa de angariar apoio contra o impeachment. Deveria ser vista como positiva para um eventual processo de queda de juros no país, mas não deveria ser bem recebida pelas ações da empresa. Se o anuncio for feito, espero um steepening da curva de juros e um impacto negativo nas ações da empresa.

A Folha de São Paulo divulgou um extenso editorial se colocando a favor da renuncia de Dilma e de Temer. O jornal vinha se mantendo parcial em todo este processo. Alguns, inclusive, acreditam que a publicação tinha, até mesmo, um viés mais pro governo. O editorial de hoje apenas reforça a mensagem de que o atual governo está perdendo, a passos largos, apoio da sociedade.