China: Mercado de crédito voltando ao foco.
Os ativos de risco estão mostrando sinais de fadiga está manhã, com alguma realização de lucros nas bolsas da Europa e EUA. Eu ainda vejo cenário de curto-prazo como positivo, mas tenho dúvidas em relação a sustentação destes movimentos no longo-prazo, frente aos desafios que ainda existem na economia mundial. Estou com baixíssima exposição a risco no momento, já que vejo pouco apelo nos atuais níveis de preço.
O mercado de crédito na China parece estar voltando ao radar dos investidores, devido a recente abertura de spread. Este é um nicho que precisamos monitorar, já que pode vir a ser um importante vetor de alteração da dinâmica dos mercados financeiros globais. Segundo a Merrill Lynch:
Amidst the backdrop of positive risk sentiment, China credit could be the canary in the coalmine. The 7-day CNY repo curve is up another 8 to 12 bps across the curve, driven mainly by local names and SHCOMP is -2.55% after breaking two-month upward trend support at 3040. It appears that local names have paid rates to hedge against illiquid credit portfolios and these flows have also flushed out offshore receive rates positions with onshore/offshore rates now converging. The catalyst seems to be China Railway Materials debt restructuring plans last week– which raised concerns that such restructuring will become increasingly common for Chinese SOEs due to their inability to generate consistent operating cash flow amidst a weak business environment and weakening government support. China Railway Materials is rated AA+ and viewed as state owned but yields for local AA names have spiked 28 bps this month. Chinese issuers have so far scrapped close to $5.4 bio of bond sales according to Bloomberg. Our equity strategist David Cui believes that the risk-free rate in China may have bottomed, credit spread is widening and stocks to be under pressure in his piece here. So far, high beta FX currencies unaffected and USDCNH spot unchanged around 6.4750 but 1y CNH points are stirring and up 60 pips to 1510 high. Watch the China credit space.
No Brasil, dois temas merecem destaque. Primeiro, as liminares que os estados estão conseguindo alterar os juros de suas dívidas para juros simples, ao invés de composto. O STF já está em vias de discutir a matéria, mas a mudança seria uma “bomba fiscal” gigantesca. Eu entendo que o mercado não está focado neste tipo de questão neste momento, mas caso aprovado pelo STF, seria um obstáculo muito grande para qualquer plano de ajuste fiscal, em qualquer governo.
Segundo a Folha, o PSDB estaria condicionando a nomeação de Serra para o Ministério da Fazenda para apoiar o novo governo. Temer não tem intensão de colocar Serra neste cargo, mas Serra sinaliza que não aceitaria outro Ministério. Eu acho extremamente discutível está postura do PSDB, mas é importante acompanharmos este processo de formação de equipe. Neste pré-mandato, temer começa a encontrar alguns obstáculos para formação de seu time econômico, com Armínio Fraca e Marcos Lisboa sinalizando que não tem interesse em cargos do governo.
Eu continuo otimista com um eventual governo Temer, mas entendo que o processo não será linear. Gosto de posições compradas em bolsas e aplicadas em juros, mas estou com risco baixíssimo, também no Brasil, no curto-prazo. Meu viés será de adicionar risco, nesta direção, em movimentos de realização de lucros, porém de alteração de cenário.
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