Commodities ainda sobre pressão.
Os mercados globais estão mantendo as tendências recentes, leia-se,
com um dólar mais forte no mundo, pressão nas commodities, e sem grandes
tendências nos mercados de renda variável. Vale chamar a atenção para a queda
de quase 5% no Minério de Ferro esta noite, e para o petróleo (WTI) voltando a
testar o patamar de $40. Enquanto isso, os ativos brasileiros continuam
apresentando um bom desempenho nas últimas semanas, especialmente em comparação
com seus pares. Exceto por momentos pontuais de “realizações de lucros” dessas
tendências, vejo a manutenção desta dinâmica dos mercados externos.
Em relação ao Brasil, o destaque ficou por conta de um forte “short squeeze” no setor siderúrgico da
bolsa, após a mídia noticiar que o governo estuda elevar a tarifa de importação
para o setor, em uma tentativa de proteger o mercado interno. No tocante ao
BRL, o fluxo cambial divulgado pelo BCB mostrou um fluxo positivo para o país
neste começo de mês, o que parece estar ajudando o bom desempenho da moeda, a
despeito de um leve viés de dólar forte no mundo. A curva de juros precifica
altas em torno de 200bps nas próximas reuniões do Copom, com grande parte deste
movimento concentrado no início do ano que vem. O mercado embute baixíssima
probabilidade de uma alta de juros na próxima reunião do Copom. Acredito que a
curva esteja justa nos atuais níveis. Em relação as inflações implícitas, mesmo
em patamares já historicamente elevados, vemos riscos crescentes de surpresas
altistas para a inflação nos próximos 3 meses.
Eu entendo que algumas vitórias foram alcançadas pelo governo
nos últimos dias no tocante a sua relação com o Congresso, mas vejo sinais
evidentes de deterioração do quadro econômico (crescimento, inflação e fiscal).
Ainda vejo o atual momento como um equilíbrio instável para os ativos locais.
De acordo com nosso economista chefe: O IBC-Br de setembro apresentou queda de
6,2% a/a, abaixo das expectativas de mercado (BBG: -6%a/a). A queda no mês veio
em linha (-0,5%m/m dessaz), mas como a série original do IBC-Br foi revisada,
não é justo fazer essa comparação m/m com o que o mercado esperava. Ou seja, a
leitura foi pior na margem que o mercado esperava (mas um pouco melhor que a
gente imaginava); As quedas interanuais da demanda doméstica continuam
superiores ao PIB, sugerindo a continuidade do ajuste em curso; Se utilizarmos
a taxa de crescimento ano/ano do IBC-Br (de -5,1% no 3º trimestre de 2015 vs.
3º trimestre de 2014) e ajustarmos pela metodologia de ajuste sazonal do PIB,
tem-se uma queda de -2% tri/tri dessaz no PIB do 3º trimestre. No entanto, o
IBC-Br tem superestimado as quedas interanuais recentes (veja o gráfico
abaixo). Isso mais a nossa análise da abertura por segmentos, faz-nos projetar
uma queda interanual de -4,1%a/a no terceiro trimestre e uma queda de -1,1%
tri/tri dessaz para a divulgação do PIB do terceiro trimestre de 2015.
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