China: Dados fracos.

O destaque do final de semana ficou por conta dos dados de Importação e Exportação de outubro na China, com ambos ficando abaixo das expectativas do mercado. Os números divulgados hoje reforçam um cenário de frágil crescimento no país, ainda sem sinais consistentes de estabilização. É razoável supor que novas medidas de suporte ao crescimento serão necessárias para dar sustentação a economia do país.

Com o Fed, nos EUA, migrando para dar início a um processo, lento e gradual, de alta de juros, e os números de crescimento na China confirmando uma economia estruturalmente mais fraca, parece que estamos retornando ao cenário que predominou ao longo de grande parte do primeiro semestre deste ano. Tanto os números da China, quanto o cenário para a política monetária nos EUA e na Europa, reforçam um ambiente de dólar forte no mundo, pressão sobre as commodities e os ativos dos países emergentes (especialmente aqueles com problemas estruturais, econômicos e políticos), mas um ambiente mais ambíguo para as taxas globais de juros nos países desenvolvidos. Nos atuais níveis de preço, vejo pouco valor nas bolsas dos países desenvolvidos, especialmente nos EUA.

Os dados da IMM, uma das melhores proxys para a posição técnica do mercado de moedas, até o dia 3 de novembro (ou seja, após o FOMC, mas antes do Payroll) mostraram uma forte adição das posições compradas em dólar no mundo, mas ainda em patamares muito inferiores aqueles verificados ao longo deste ano. De acordo com a ML: CFTC data (as of Tuesday) showed that $ longs were added at the 2nd fastest pace in the past year ($6.4B), bringing net $ positioning to $27.63bn. This is the largest position since the week of August 18th, but much below the all time high of $49.21 established late Nov 2014, suggesting may still be room for $ longs to be added.

China – As Exportações caíram de -3.7% YoY para -6.9% YoY, abaixo das expectativas de -3.2% YoY. As Importações saíram de -20.4% YoY para -18.8% YoY, abaixo das expectativas de -15.2% YoY. A abertura do indicador também foi negativa, com queda de importações das principais commodities. Segundo a GS: Iron ore import volume was down 4.9% yoy, vs +1.7% yoy in September. In value terms imports of iron ore were -32.7%yoy, vs -33.4% yoy in September. Refined petroleum product imports fell 53.6% yoy by value (-11% yoy by volume), vs -43.8% yoy in September (+9.2% yoy by volume in September). In contrast, crude oil imports were -45.2% yoy (but +9.4% yoy by volume), vs -49.9% yoy in September (+1.4% by volume).

Brasil – O final de semana foi de poucas novidades. A mídia continua cobrindo os últimos avanços da Operação Lava-Jato e suas potenciais consequências ao quadro político local. Ainda não parece haver consenso para o avanço das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo, que devem ficar apenas para serem aprovadas em 2016.

Na agenda da semana, a Lei de Legalização dos Recursos no Exterior estará novamente na pauta do Congresso. O mercado parece dar como certo a sua aprovação. As estimativas de quanto será arrecadado pela medida ainda são incertas, assim como o montante do fluxo potencial que retornaria ao país. A não aprovação da proposta seria uma derrota grave ao governo e a seu plano de ajuste fiscal.

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