Brasil: Situação delicada para o BCB.
A quarta-feira foi de poucas novidades e agenda econômica
esvaziada. No lado externo, destaque para a queda do Petróleo. As moedas
tiveram um dia de realização de lucros, em mais um dia de abertura de taxas de
juros nos EUA.
No Brasil, o foco permaneceu em torno da possibilidade de
Henrique Meirelles assumir o Ministério da Fazenda, com amplos poderes e
liberdade de atuação. Minha opinião sobre o tema foi exposta neste fórum hoje
pela manhã. O Ibovespa acabou apresentando forte alta, mesmo com uma reversão
do BRL, que após atingir 3,70 voltou a operar acima de 3,75. A curva de juros
manteve o flattening do final da
tarde de ontem.
No que tange o mercado local de juros, estamos diante de uma situação
extremamente complicada para a política monetária do BCB. A inflação de
curto-prazo mostra sinais preocupantes, o que deverá desancorar ainda mais as
expectativas de inflação. O IPCA para 2016 já se mostra bastante comprometido,
o que está trazendo preocupação aos investidores. Ainda não vejo o BCB reagindo
na próxima reunião do Copom, mas será extremamente difícil não reagir ao
cenário que se avizinha. A curva curta tem cerca de 200bps de altas adicionais
de juros precificada. Este nível parece “fair” no atual momento. Não vejo o BCB
embarcando em um novo e prolongado ciclo de alta de juros, mas uma eventual
reação do BCB deveria levar está precificação a níveis ainda mais elevados,
pelo menos momentaneamente. A ausência de uma resposta do BCB, por outro lado,
pode deixar o trabalho da política monetária ainda mais complicado, e voltar a steepar a curva longa.
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