Brasil: Reprecificação da curva de juros.
A quinta-feira foi um dia para o mercado digerir o novo
comunicado do Copom. A curva curta de juros, especialmente a barriga da curva
(Jan17/Jan18/Jan19), apresentou forte abertura de taxa, reprecificando os
riscos de um novo ciclo de alta de juros no país. Estes vértices da curva eram
aqueles onde se concentravam as posições aplicadas de juros muito disseminadas
nas últimas semanas no mercado. Como era de se esperar, a curva voltou a
apresentar forte movimento de flattening.
Os juros reais também tiveram um dia de forte pressão altista, com a inflação
implícita apresentando queda em quase toda a curva, um desenvolvimento que será
muito bem vindo pelo BCB.
A curva, neste momento, precifica em torno de 170bps de alta de
juros, concentradas nas primeiras 3 reuniões do Copom em 2016. Acredito que
ajustes pontuais na taxa Selic possam ser necessárias para conter as
expectativas de inflação, mas não vejo um ciclo muito superior a 150bps sendo
necessário (exceto por uma nova, rápida e acentuada depreciação do BRL).
O Governo Central apresentou déficit de R$12,3b em outubro,
superior as expectativas de déficit de R$10b. O número apenas confirma os
enormes desafios ao ajuste fiscal que vem tentando, por hora, sem sucesso, ser
promovido pelo governo.
O Congresso Nacional continua paralisado após o choque da
prisão, pela primeira vez na história, de um Senador em pleno exercício do
mandato. Por ser uma figura de boa circulação na base aliada, na oposição e no
empresariado, além de ser o líder do PT no Senado, ainda restam inúmeras
dúvidas, e grandes riscos, em relação ao cenário político de agora em diante. O
PT já sinalizou que pretende “abandonar” seu afiliado, ao mesmo tempo em que
novas prisões da Lava-Jato trazem à tona o risco de envolvimento do entorno do
Palácio do Planalto nos escândalos envolvendo a Operação.
Comentários
Postar um comentário