Brasil: Risk-on!
O destaque do dia ficou por conta do bom desempenho dos ativos
no Brasil. O movimento foi sustentado
por um misto de vetores: (1) reflexo da alta das bolsas globais na segunda-feira,
(2) alguns anúncios micro: venda de ativos por parte da Hypermarcas, M&A da
OI com a TIM, potencial M&A da BM&F e da Cetip, resultado trimestral “ok”
do Itaú, após a reação negativa ao resultado do Bradesco, (3) discurso de
Abílio Diniz, afirmando que o Brasil está barato, entre outros. O movimento
acabou ajudando o câmbio, que apresentou um dia de forte apreciação, na
expectativa que esta melhora de humor para o Brasil venha a favorecer o fluxo
cambial. A perspectiva de aprovação da “Repatriação”, e um cenário político
mais calmo (“no news is good news”)
também podem ter ajudado o humor dos investidores.
Acredito que o movimento verificado hoje seja de curto-prazo. É
sempre difícil afirmar a extensão que o movimento possa vir a tomar, mas creio
que a dinâmica mostra sinais de que seja um movimento clássico de short squeeze. Ainda não vejo motivos
estruturais para alterar o cenário para os ativos locais, ainda extremamente
desafiador. Entendo, contudo, que alguns ativos já aparentam ter valor no que
diz respeito a valuation, mas a
manutenção de uma tendência mais prolongada de alta irá demandar uma alteração
mais significativa de perspectivas para a economia e a cena política local.
O cenário externo foi de alta do dólar contra as moedas de G3,
em especial em relação ao EUR e ao JPY, ajudadas por mais uma rodada de alta de
taxa de juros nos EUA, mas com desempenho misto em relação as moedas emergentes
e dependentes de commodities. O Petróleo seguiu sua trajetória de forte alta, puxando
as commodities metálicas.
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