Brasil: Novos avanços da Lava-Jato.

Às vésperas do feriado de Thanksgiving nos EUA, os mercados externos operaram com baixa volatilidade e liquidez. Assim, as atenções ficaram voltadas para os mercados locais.

A prisão do Senador, e líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral, e do principal executivo, e controlador de um dos maiores bancos privados do país, centrou as atenções do mercado. As prisões de hoje trouxeram de volta à pauta de discussão o quão estável é a governabilidade atual, em meio aos avanços da Operação Lava-Jato.

Delcidio era um dos principais articuladores do governo no Congresso, com bom transito entre a base aliada, a oposição e o empresariado. Não há dúvida de que sua prisão coloca mais um obstáculo para o avanço do ajuste fiscal. As novas prisões acendem, novamente, o alerta em torno dos riscos políticos em meio a um cenário econômico fragilizado. Eu não discordo do argumento de que, no longo-prazo, este tipo de postura por parte do judiciário, ajuda a melhorar a imagem do país. Contudo, o mercado está com o horizonte de investimentos reduzido. Após a recuperação recente dos ativos brasileiros, eu vejo pouco prêmio para a deterioração recente de fundamentos em meio a um ambiente político ainda conturbado.

Em relação ao setor bancário, acredito que os eventos de hoje, por hora, não trazem riscos sistêmicos, devido a um sistema financeiro bem capitalizado. Contudo, ajudam a piorar um ambiente já desafiador do ponto de vista do mercado de crédito. O custo de captação dos bancos deverá se elevar, tornando o crédito para a economia ainda mais caro e escasso. No limite, acredito que é mais um vetor que favorece o BCB manter, por hora, os juros estáveis, sem trazer nenhum ruído adicional ao cenário.

No lado positivo, os leilões de hidrelétricas, na ordem de R$17bi, foram realizados hoje, com uma participação ativa de empresas chinesas. Os valores vão ajudar no fiscal de 2016, já que não há tempo hábil para ajudarem nas contas de 2015.

EUA – Os números divulgados hoje levaram a uma leve revisão para baixo das previsões para o PIB do 4 trimestre do ano, mas nada que altere significativamente o cenário para a economia. Observamos algum arrefecimento na confiança dos consumidores, em um processo natural do ciclo econômico. O mercado de trabalho continua robusto e a inflação, de certa forma, estável, em níveis baixos.


Brasil – Os Índices de Confiança do Consumidor e da Construção apresentaram leve alta em novembro, mas mantiveram-se em patamares extremamente baixo, condizentes com um crescimento ainda desafiador pela frente.

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