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O final do ano se aproxima e os mercados estão ganhando volatilidade e perdendo liquidez. A quinta-feira foi marcada por uma correção de grande parte dos ativos de risco ao redor mundo, em um movimento de “risk-off”. O resultado foi a forte queda das bolsas no mundo desenvolvido, mais uma rodada de pressão nas commodities, o que acabou afetando negativamente parte do complexo de países emergentes, especialmente os ativos daqueles mais dependentes de commodities (COP, RUB, ZAR, por exemplo).

Eu vejo as bolsas dos países desenvolvidos operando em um range. A correção recente me parece fazer sentido já que encontravam-se próximas aos picos deste ano. A situação das commodities e dos países emergentes deve se prolongar, já que não há perspectivas de mudanças drásticas de cenário.

Brasil – As vendas no varejo de setembro ficaram acima das expectativas do mercado, mas com quedas de 0,5% no mês e -6,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A despeito da surpresa positiva, o número não altera o cenário extremamente desafiador para o crescimento do país.

Os ativos locais continuam mostrando desempenho mais positivo do que os seus pares globais. O governo conquistou alguns avanços nos últimos dias, aprovando o a “Lei de Repatriação” e afastando, pelo menos momentaneamente, o risco de impeachment. Agora, o foco parece estar em cima da potencial saída de Levy do Ministério da Fazenda e quem seria seu substituto, com Henrique Meirelles ganhando as manchetes recentes.

Do ponto de vista econômico, não há nenhuma mudança no cenário. Os desafios, locais e externos, que o país deverá enfrentar nos próximos meses ainda são gigantescos.

EUA – O Jobless Claims manteve-se estável em 276k na última semana. O JOLTS Job Openings subiu de 5377 para 5526 em setembro, acima das expectativas de 5400. A abertura do indicador, contudo, mostrou um quadro um pouco menos robusto do que o número fechado. De qualquer maneira, o mercado de trabalho continua robusto. É natural esperar uma moderação nesta frente nos atuais níveis de taxa de desemprego (próxima a 5%).

Europa – A região vem mostrando sinais de arrefecimento no crescimento. Além disso, alguns países voltam a conviver com algum tipo de turbulência política, como é o caso de Portual, Espanha e, novamente, Grécia. Por hora, os problemas são pontuais, localizados e de administração relativamente controlada, mas podem ser tornar ruídos maiores caso não sejam contornadas de maneira politicamente coerente.

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