Risk-on
Após uma sequencia de dados menor negativos nos EUA nos últimos dois
dias, somado a um discurso de suporte feito por membros dos principais bancos
centrais do mundo mas, principalmente, por integrantes do Fed, os ativos de
risco estão dando claros sinais de estabilização desde ontem pela manhã. Hoje
cedo, estamos verificando um movimento generalizado de “risk-on”, com as bolsas e commodities
em alta, o USD levemente mais fraco ao redor do mundo e os papéis dos países
desenvolvidos apresentando uma abertura saudável de taxas de juros.
A agenda do dia será menos agitada do que aquela verificada nos últimos
dois dias, MS teremos como destaque um discurso de Yellen e Housing Starts nos
EUA, e nada de relevante no Brasil.
Brasil – No debate aos candidatos a presidente
promovido pelo SBT, foi mantido a postura de ataque e acusações por parte de
ambas as partes. O evento teve 9 pontos no Ibope, contra 15 pontos do debate da
Globo no primeiro turno, ou seja, uma audiência não desprezível. Uma vez mais,
acredito que Aécio tenha se saído melhor do que Dilma, mostrando maior firmeza,
comprometimento com um projeto de futuro e não caindo nas provocações de sua
adversária. Do ponto de vista do cenário macro, os indicadores recentes de
crescimento (PIM, vendas no varejo, IBC-Br) mostram um ambiente levemente menos
negativo para a economia, mas não altera de maneira evidente o cenário
extremamente desafiador para o país.
EUA – A agenda econômica de ontem, aliada
ao discurso de suporte por parte de membros do Fed, pode ser visto como um
importante ponto de inflexão, pelo menos temporário, para os ativos de risco.
Os números dos últimos dias mostraram que a economia do país ainda está em
trajetória de crescimento saudável, sem qualquer sinal evidente de uma espiral
negativa da economia. Acomodações do crescimento, em torno dos atuais níveis de
2.5%-3.0%, são amplamente naturais no atual estágio do ciclo econômico. Vejo os
EUA passando por um “soft-patch”
pontual, mas com ampla estrutura para manter um crescimento decente nos
próximos meses. Além disso, o Fed se mostrou, novamente, disposto a promover um
processo de normalização monetária extremamente gradual. Integrantes do FOMC já
deixaram claro que não irão se furtar em desacelerar/frear este processo de
normalização caso a economia do país, e os mercados financeiros globais, não
respondam de maneira adequada aos próximos passos desta caminhada.
Europa – De todos os bancos centrais ao redor
do mundo desenvolvido o BCE parece aquele que dispõem de mais espaço e maior
necessidade de adotar novas medidas de suporte ao crescimento. Entendo que seja
compreensível Draghi adotar uma postura de esperar que os programas de compra
de ABS/CV sejam colocados em prática efetivamente antes de adotar novas
medidas, mas o BCE está ficando “behind the curve” e sendo testado diariamente
pelos investidores. O atual cenário demanda uma postura mais agressiva e um QE
soberano pode, e deve, ser o próximo passo a ser dado na região.
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