Brasil
Confesso que a performance dos ativos
locais hoje superou positivamente minhas expectativas. O price-action me
leva a crer que, ou (1) grande parte de uma vitória de Dilma já estava
precificada ou, (2) o mercado está dando o beneficio da dúvida neste primeiro
momento, a espera da indicação do Ministro da Fazenda ou, finalmente, (3) a
soma de (1) e (2). As declarações de Rui Falcão, Presidente do PT, e de
Mantega, Ministro da Fazenda semi-aposentado, não me trouxeram muito alento em
relação a possíveis mudanças na política econômica, mas precisamos esperar a
definição concreta de Dilma, quem tem as verdadeiras rédeas na condução da
economia.
Juros: Movimento
clássico de steepening da curva. Me chama a atenção o fato da curva
curta fechar taxas, em um claro viés do mercado em acreditar que um novo BCB de
Dilma continuará tendo pouca propensão a elevar os juros. A curva ainda
precifica cerca de 150bps de alta de juros nos próximos meses. Acredito que se
a depreciação cambial se mostrar mais permanente e acentuada do que o imaginado
pelo BCB, ele não se furtará em subir os juros. Contudo, as altas vão tender
sempre a ser menores do que o necessário para trazer a inflação de volta ao
centro da meta. Um tom hawk no Copom nessa semana seria uma excelente
oportunidade deste BCB/Governo mostrar intensão de mudança de postura. O
Jan21/Jan17, na ausência de políticas fiscais e monetárias críveis, deveria
seguir steepando. Acho que os níveis de 50bps poderiam voltar a ser
testados, exceto por mudanças radicais de postura no que tange a economia.
Câmbio: O BRL
apresentou depreciação de cerca de 2%, operando em 2.52 durante a tarde. As
vols curtas tiveram um dia de forte queda, em um movimento natural e esperado
de normalização do mercado. Com carry de 11%, a moeda começa a se tornar
atrativa ao investidor estrangeiro, o que pode tornar o processo de ajuste
(fortalecimento do dólar) mais gradual. Contudo, sem mudança de postura por
parte do Governo, podemos ter um processo lento e gradual de depreciação,
atingindo patamares a cada dia mais elevados no dólar. A mudança de politica
econômica é imperativa para alterar a dinâmica da moeda.
Bolsa: A despeito da
queda de 3% no Ibovespa, após operar em baixa de 8% pela manhã, vimos uma
rotação interessante entre os setores. Petrobras, por motivos óbvios, acabou
liderando a queda. Contudo, os setores que foram os “queridinhos” do mercado
nos últimos “anos Dilma” voltaram a mostrar bom desempenho (Cielo, BB
Seguridade, Educação) aliados as exportadores. Movimento faz total sentido e
pode dar a tônica da bolsa local por algum tempo.
Comentários
Postar um comentário