Copom

Os mercados globais ainda estão digerindo a decisão do FOMC e seu novo comunicado. Os ativos de risco operam hoje pela manhã sem grandes movimentações, mas com leve viés de USD forte e com as commodities em queda. Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do PIB do 3Q e para o Jobless Claims nos EUA. No Brasil, a agenda traz IGP-M e dados de credito.

Brasil – Em uma decisão inesperada e dividida o Copom decidiu, por 5 votos a favor e 3 votos contrários, em elevar a taxa Selic em 25bps, para 11,25%. O mercado tinha um amplo consenso de manutenção dos juros nos 11,00%. Acredito que a decisão tenha sido acertada, tendo em vista a forte depreciação cambial verificada no último mês e a manutenção de uma inflação alta e resistente. Além disso, as expectativas de inflação permanecem desancoradas e sem sinais consistentes de arrefecimento. A decisão do Copom deve ser vista como um alento neste começo de novo governo Dilma, uma demonstração de independência do BCB e, talvez, o primeiro sinal de que o governo pretende adotar uma nova política econômica nesta nova gestão. Os próximos passos que poderão confirmar este cenário serão a indicação do Ministro da Fazenda e um potencial aumento no preço da gasolina. Acredito que, ceteris paribus, a bolsa e o câmbio deveriam mostrar reação positiva. A curva de juros já precificava ontem cerca de 150bps de alta no ano que vem. Deveremos ver um movimento de flattening da curva. Tenho o viés de acreditar que o mercado passará a trabalhar com cerca de 4 altas de 25bps, levando os juros a 12%. Contudo, a curva curta de juros deverá exacerbar este movimento de abertura de taxas no curto-prazo, pela incerteza do cenário e do ciclo total de alta.

EUA – O Fed decidiu encerrar o QE em sua reunião de ontem, o que já era amplamente esperado. Contudo, na minha visão, o comunicado do FOMC foi mais hawkish do que o esperado. O FOMC alterou o tom, para um viés mais otimista com o mercado de trabalho, mas não alterou em nada o cenário de inflação. Com a forte queda no preço do petróleo, assim como o recuo dos “breakeven inflations” nas últimas semanas, existia a expectativa do Fed adotar um tom mais moderado em torno da inflação, o que acabou não se concretizando. Esta postura pode ser uma mensagem para a curva de juros americana, que ainda precifica um cenário muito aquém daquele vislumbrado pelo Fed em relação ao processo de normalização monetária no país. Acho que a decisão foi positiva para o USD. Deveria ajudar a dar sustentação as taxas de juros nos EUA. Pode afetar o humor global a risco negativamente no curtíssimo-prazo. A passagem central do comunicado: Labor market conditions improved somewhat further, with solid job gains and a lower unemployment rate. On balance, a range of labor market indicators suggests that underutilization of labor resources is gradually diminishing.


China – O governo chinês continua anunciando medidas de estímulo a economia e dando continuidade a seu processo de reformas. China’s State Council announced new policies to support consumption and property demand as slowdown in the property sector has been a major drag to growth this year. These measures combined with the recent stabilization in Chinese growth data continue to provide a conducive backdrop to the TCT. Additionally, the State Council also decided to open up the bank card clearing market, allowing qualified domestic and foreign companies to apply for setting up bank card clearing institutions in China. These measures are in line with BofAML’s China economist Ting Lu’s that Beijing will roll out more targeted easing measures in coming weeks to bolster the launch of SH-HK Stock Connect and the APEC conference in Nov.(From ML)  

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