Reta final
Os ativos de risco operam em leve tom negativo esta manhã, reagindo à notícia do primeiro paciente confirmado com Ebola em NY. No meu ponto de vista, o Ebola é um grande risco a humanidade, mas que deveria trazer pequenos impactos econômicos globais. A doença já foi erradicada na Nigéria e está sendo controlada em outros países da África. Os EUA e o resto do mundo parecem deter todos os instrumentos necessários para evitar uma pandemia global. Assim, vejo a notícia como um ruído de curto-prazo. Este tipo de ruído pode até afetar pontualmente o humor global a risco, mas não deveria sozinho, alterar a dinâmica dos mercados financeiros globais.
De maneira geral, os sinais de estabilização do crescimento mundial nos últimos dias, aliados a resultados corporativos acima das expectativas, tem sido importantes pilares de sustentação aos ativos de risco, em especial para as bolsas mundiais. Mantenho minha visão de que caso o crescimento global continue a dar os sinais de estabilização que estamos observando nos últimos dias, espero uma recuperação gradual das bolsas mundiais. O mercado de juros nos países desenvolvidos deve permanecer ancorado, mas não podemos descartar um movimento de leve alta de taxas de juros, pelo simples fato dos níveis terem atingido patamares excessivamente baixos no “sell-off” dos mercados nas últimas semanas. O USD deveria voltar a sua trajetória de fortalecimento, porém mais concentrado nas moedas cujos países ainda devem apresentar uma dissonância de política monetária em relação aos EUA, como EUR, JPY, CHF, entre outros. Caso os juros no mundo desenvolvido permanecem ancorados, podemos ter uma nova busca por yields, favorecendo os ativos emergentes, especialmente de renda fixa e câmbio.
Brasil – A eleição para presidente entra em seus dias finais. Dilma aparece com vantagem entre 6pp e 8pp sobre Aécio nas últimas pesquisas, com uma importante arrancada neste final de campanha. Ao meu ver, os ativos locais já precificam cerca de 80% de probabilidade de reeleição de Dilma, tornando o potencial gap de abertura na segunda-feira muito menor do que o anteriormente antecipado. Na minha opinião, hoje, a assimetria está toda para uma eventual vitória da oposição. Entre ontem e hoje, tivemos a matéria da Veja tentando incriminar Dilma e Lula no escândalo da Petrobras, além do apoio de Neymar a Aécio. Difícil saber o quanto isso ajudará sua campanha neste estágio da corrida eleitoral.
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