Emprego Americano e Eleições Brasil
Os dados de emprego norte americanos
de setembro podem ser classificados como robustos. Foram criadas 248 mil vagas
de trabalho no mês e observamos uma revisão altista de 70 mil postos de
trabalho nos dois meses anteriores, o que acabou deixando a média móvel de 3
meses em torno de 215 mil, muito próxima a média mensal de criação de vagas
para todo o ano de 2014. Assim, os dois últimos meses, cuja primeira impressão
tinha sido negativa, ficaram para trás. A Taxa de Desemprego cai de 6.1% para
5.9%. Ainda não se vê uma pressão de salários, e o a taxa de participação
apresentou novo recuo.
Por hora, a reação dos mercados está
em linha com o que eu imaginava:
“Payroll acima de 200k:
Deveria afastar o risco de uma desaceleração mais acentuada da economia,
podendo dar suporte ao USD e aos yields globais. As bolsas ficariam reféns do
tamanho do movimento do USD e nas taxas de juros.”
Acredito que, sem uma abertura rápida
e acentuada dos juros americanos, mas com um movimento gradual de ajuste,
podemos ter de volta as tendências que estavam prevalecendo nas últimas
semanas, e que sofreram leve consolidação ao longo desta semana, ou seja,
fortalecimento do USD no mundo e gradual abertura de taxa de juros nos EUA. O
cenário não será necessariamente negativo para ativos de risco, como as bolsas
globais, contanto que os movimentos nas taxas de juros americanas continuem
graduais. Contudo, não podemos descartar períodos pontuais de realização,
especialmente naquelas classes de ativos que se beneficiaram excessivamente do
excesso de liquidez global nos últimos anos, como é o caso das moedas e renda
fixa dos mercados emergentes, entre outros.
O Fed enfrentará decisões extremamente
desafiadoras nos próximos meses. O QE deve ser finalizado na reunião do FOMC
ainda este mês. O Comitê deverá, então, promover alguma alteração em seu
comunicado.
Em relação ao Brasil, a segunda-feira
será a melhor pesquisa que teremos em relação as reais intensões de voto da
população para presidente. Acredito que o risco de vitória de Dilma no primeiro
turno é remoto, mas as consequências seriam assimétricas, ou seja, não vejo o
mercado em preços de vitória tão esmagadora de Dilma em um eventual primeiro
turno. No caso mais concreto de segundo turno, tudo pode acontecer. Assim, não
vejo grande vantagem comparativa para ter posições relevantes em ativos locais
as vésperas deste evento.
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