Eleição Brasil, China e resultados corporativos

Após uma segunda-feira de forte alta das bolsas norte americanas, em grande parte lideradas por resultados corporativos mais positivos, os ativos de risco estão abrindo a terça-feira mantendo o tom positivo verificado no começo da semana. Além dos resultados corporativos que vêm surpreendendo as expectativas, os números de atividade economia na China de setembro mostram os primeiros sinais de estabilização da economia, um importante ingrediente para que os investidores se sintam menos pessimistas com o cenário econômico global.

Na agenda do dia, destaque para o IPCA-15 no Brasil e Existing Home Sales nos EUA.

Mantenho minha visão dos últimos dias, ou seja, o movimento das últimas duas semanas se mostrou mais rápido e acentuado do que muitos esperavam, mas não deixa de ser uma reação clássica as maiores incertezas do atual cenário. Após os acontecimentos das últimas semanas, vejo os ativos de risco hoje em patamares mais saudáveis, com uma posição técnica mais “limpa” e prêmios de volatilidade mais racionais. Os bancos centrais das principais economias do mundo mostraram, uma vez mais, que estão dispostos a impedir movimentos mais bruscos dos ativos de risco. Eles se mostraram preparados a agir a qualquer sinal de alteração no cenário base. Espero uma estabilização dos ativos de risco nos próximos dias. Contudo, tendo a acreditar que o período de volatilidades excessivamente baixas ficou para trás. Devemos nos acostumar com um ambiente de maior volatilidade e prêmios de risco mais elevados.

Brasil – A pesquisa Datafolha mostrou, pela primeira vez neste segundo turno, uma vantagem numérica para Dilma, apesar da manutenção do empate técnico. Pode ser que a coleta ter sido feita no feriado do Dia do Comércio tenha viesado a amostra, mas tudo indica que a campanha de desconstrução da imagem de Aécio vem sendo bem sucedida, aumentando sua rejeição e trazendo votos indecisos para Dilma. Acredito que os ativos locais devam operar sobre pressão. Caso as demais pesquisas desta semana apontem nesta mesma direção, podemos ter um sell-off dos ativos locais até o dia das eleições, antecipando uma nova vitória do PT. Caso as próximas pesquisas mostrem um cenário diferente deste apresentado pelo Datafolha, ai poderemos ter alguma estabilização dos mercados locais.

China – Os dados de atividade econômica de setembro na China foram mistos, mas com viés positivo. A produção industrial subiu de 6.9% YoY para 8.0% YoY, acima das expectativas de 7.5% YoY, o PIB do 3Q saiu de 7.5% YoY para 7.3% YoY, dentro das expectativas do mercado, mas o Fixed Asset Investment acabou caindo de 11.9% YoY para 11.6% YoY, levemente abaixo das expectativas de 11.7% YoY. Os sinais de estabilização do crescimento devem ser vistos de maneira positiva. Com o governo local adotando uma postura mais proativa e agressiva na condução de sua política monetária e fiscal nos últimos meses, podemos esperar uma maior probabilidade de estabilização da economia e, até mesmo, sinais mais consistentes de aceleração do crescimento neste último trimestre do ano. Por hora, ainda podemos trabalhar com um crescimento em torno de 7% para este ano. Contudo, os desafios de longo-prazo da economia chinesa ainda são extremamente elevados e devemos nos acostumar com um menor crescimento estrutural do país de agora em diante.

EUA -  Com a agenda macro esvaziada neste começo de semana, o destaque ficará por conta dos resultados corporativos. Ontem foi um dia carregado de resultados do setor de tech, o que acabou dando impulso aos índices locais de bolsa após resultados positivos como Apple: Tech was the big focus area yesterday and the space impressively shrugged off the IBM blow-up to finish up not far behind the SPX.  IBM stayed weak all day and some of its enterprise peers were heavy too (inc.TDC, CSCO, CTSH, HPQ, FFIV, NTAP, ACN, etc) but this was more than offset by strength in AAPL, the large-cap internets, and the semis (the SOX has quietly rallied 7% since hitting a low on 10/15).  The desk saw a lot of covering in tech and some long buying amid the enterprise wreckage (ORCL in particular rebounded nicely from its morning lows).  Away from tech it was a pretty quiet day.  Health care, staples, utilities, and materials all rallied >1% and outperformed.  Health care was led on the upside by biotech (CELG, AMGN, and ALXN) while names such as COV, MDT, ISRG, VRX, and AGN all rallied (VRX had earnings out this morning).  The capital goods stocks closed about flat and underperformed thanks to weakness in JOY, LLL, DE, JEC, CAT, and LMT while LII rallied after posting strong earnings.  The builders jumped on back of NVR’s earnings (up 5%) and Watt’s afternoon speech (although he didn’t say anything that wasn’t already reported in the press late last week http://goo.gl/DNikJQ).  Within the transports rails lagged after CP came out and confirmed it had ended merger talks w/CSX Energy stocks had a decent day despite crude finishing lower (Brent slumped 0.8%) (From JPM)

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