"Risk-off"
Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento clássico e
coordenado de “risk-off” ao redor do mundo. Não faltam motivos e
argumentos para justificar este ambiente: menor crescimento global, cenário deflacionário,
incapacidade dos bancos centrais em adotar medidas agressivas para alterar este
ambiente, novos ruídos na Grécia, Ebola, entre outros. O mercado certamente vem
apresentando dinâmica preocupante e, neste momento, fica difícil saber até onde
este movimento poderá chegar.
A agenda do dia continuará agitada, com resultados corporativos nos EUA,
além de Jobless Claims, Industrial Production, Philadelphia Fed e NAHB Housing
Index. No Brasil, a agenda terá como destaque o IPC-S, IGP-M e IBC-Br.
Brasil – As pesquisas Ibope e Datafolha
mostraram um cenário de estabilidade no segundo turno, em um empate técnico mas
com Aécio Neves mantendo 2pp de vantagem numérica. A avaliação do governo de
Dilma apresentou melhora, e a rejeição de Aécio mantém trajetória ascendente.
Os números de ontem pode ser interpretados tanto como positivos para Aécio, que
manteve a liderança nas pesquisas mesmo com uma campanha ferrenha do PT para
desconstruir a sua imagem, mas também pode ser lida como positiva para Dilma,
já que Aécio não ganhou espaço mesmo com um fluxo favorável de notícias a seu
favor, como o apoio de Marina e os escândalos da Petrobras. As eleições estão
confirmando um cenário de disputa acirrada, onde o vencedor será decidido nos
detalhes.
China – Os dados de crédito de setembro,
divulgados na noite de ontem, foram mistos, não alterando o cenário desafiador
de crescimento para o país. O M2 saiu de 12.8% YoY para 12.9% YoY, o New Yuan
Loans subiram $857B e o Total Aggregate Financing apresentaram alta de $1050B.
Com um crescimento ainda frágil e uma inflação baixa e cadente, o governo chinês
se vê diante da oportunidade de adotar novas medidas de estímulo ao crescimento
nas próximas semanas.
EUA – Ontem, o Retail Sales, o PPI e o
Empire Manufacturing apresentaram um ambiente de menor crescimento e inflação
cadente. Em um cenário de preocupação global em torno do crescimento da
economia, e riscos deflacionários ao redor do mundo, uma desaceleração da
economia americana não é bem vinda. Ainda acredito que a economia americana
está em bases sólidas para um crescimento saudável e em torno de 2.5%-3%.
Contudo, os sinais de desaceleração preocupam em um ambiente global frágil.
Europa – O CPI final de setembro foi
confirmado em 0.3% YoY com o Core em 0.8% YoY. A fraqueza da economia da
região, aliada a inflação preocupantemente baixa, são motivos mais do que
razoáveis para esperar que o BCE adote novas medidas de estímulo ao crescimento
nos próximos meses.
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