Payroll

Os dados de emprego nos EUA irão dominar a atenção dos mercados financeiros globais hoje. Vale lembrar que, na segunda-feira, o Fed irá divulgar, pela primeira vez, um novo índice que busca medir o real estado do mercado de trabalho no país. Este indicador foi muito utilizado por Yellen em seu discurso em Jackson Hole esse ano, e parece uma melhor aproximação do que o Fed está olhando em termos de emprego do que apenas a taxa de desemprego e o Payroll.

De qualquer maneira, mesmo correndo o risco de ser simplista demais, já que vetores como renda e taxa de desemprego também serão olhados pelo mercado, vale termos em mente alguns cenário.

Payroll abaixo de 150k: Podemos observar um movimento de dólar fraco, fechamento de taxa de juros nos EUA, puxando as taxas globais para baixo. Um número não muito baixo pode ajudar as bolsas globais, pela percepção de que o Fed poderá ser gradual na retirada de estímulos. Um número muito fraco, contudo, pode acabar ascendendo o risco de baixo crescimento no mundo, colocando mais combustível na realização das bolsas globais.

Payroll entre 150k-200k: Diria que é o cenário de “goldilocks”, “nem muito forte, nem muito fraco”. Numero deveria ser neutro para as moedas e para as taxas de juros globais, mas positivo para as bolsas. Dado o movimento recente de fechamento de taxas de juros globais, um numero na “banda de cima” pode ajudar a colocar um piso nas taxas de juros. Poderia ajudar as moedas high yields, mas deixar as low yields sobre pressão.

Payroll acima de 200k: Deveria afastar o risco de uma desaceleração mais acentuada da economia, podendo dar suporte ao USD e aos yields globais. As bolsas ficariam reféns do tamanho do movimento do USD e nas taxas de juros.

Não acho que a reação do mercado seja trivial e o número precisará ser olhado no detalhe antes de conclusões precipitadas.