Cenário Global
A despeito de entender que os mercados locais estão focados no cenário eleitoral no curto-prazo, acho válido difundir o que
estamos vendo em termos de cenário global. Os principais pontos são:
- Parte da queda das bolsas e
fechamento de taxa de juros nas últimas semanas foi um reflexo dos sinais
claros de arrefecimento da economia mundial, que levaram a uma revisão ampla
por parte do FMI. Vale ressaltar, contudo, que exceto em casos específicos, as
revisões foram marginais.
- Nos EUA, o crescimento permanece
saudável. O que estamos vendo parece uma simples acomodação do crescimento em níveis
relativamente saudáveis, em torno de 3%.
- Na Europa, os últimos acontecimentos
preocupam, especialmente a fraqueza da economia da Alemanha.
- No Japão, parte da fraqueza da
economia é fruto do aumento do imposto (VAT), efetivada em abril.
- A China mostra sinais de que o menor
crescimento é estrutural, e não cíclico.
Parece natural esperar do mercado uma
reação negativa a estes eventos. Vimos exatamente isto ao longo das últimas
semanas, ou seja, um maior premio de preços e volatilidade nos ativos de risco. Contudo,
podemos citar algumas contrapartidas que deveriam dar suporte a economia
mundial e aos mercados financeiros globais nos próximos meses:
- O Fed irá encerrar o QE, mas se
mostra disposto a adotar postura extremamente gradual no processo de
normalização monetária.
- O ECB anunciou um QE privado
(ABS/CB), além do TLTRO, que devem expandir o seu balanço em cerca de EUR$1 trilhão
nos próximos dois anos.
- O BoJ deve expandir o QQE, programa
bastante agressivo, caso a economia não mostre reação.
- O PBoC vem adotando postura mais
proativa e agressiva nos últimos meses, reduzindo juros de mercado e dando
estímulos a vários setores específicos da economia.
- Finalmente, a queda global nas taxas
de juros, aliadas a queda no preço do petróleo, são vetores que irão ajudar,
via efeito renda e riqueza, o consumo das famílias.
Aliado a isto, começamos a observar um quadro técnico
menos negativo nas últimas semanas, como bem citou a última “Global Fund
Manager Survey” de outubro divulgada hoje.
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