Copom e FOMC

Os ativos de risco estão operando em estabilidade esta quarta-feira, a espera da decisão do FOMC nos EUA hoje a tarde. O movimento de recuperação dos mercados globais nos últimos dias, liderado pela alta nas bolsas, me parece fazer sentido, sustentado por dados econômicos mais positivos, resultados corporativos acima das expectativas e sinalizações dos principais bancos centrais ao redor do mundo de que pretendem manter as condições monetárias expansionistas por um longo período de tempo. No Brasil, o destaque ficará para a decisão do Copom e os dados de arrecadação.

Brasil – Os ativos locais tiveram uma terça-feira de forte otimismo, ajudados pelo melhor humor global a risco, por uma posição técnica favorável e pela retirada de um evento binário do cenário, as eleições. Além disso, os primeiros sinais emitidos pelo “novo” governo são positivos, apontando para o diálogo, as reformas e uma união nacional. De qualquer maneira, ainda acho cedo para o mercado dar o total benefício da dúvida a um segundo mandato de Dilma. Assim, acredito que os ativos locais exageraram um pouco no otimismo, mas confesso que, no curto-prazo, até a indicação do Ministro da Fazenda, podemos ter os ativos locais seguindo mais de perto o humor global a risco. Em relação ao Copom, o cenário base é de manutenção da Selic estável, sem grandes alterações no comunicado após a decisão. Este cenário pode ser percebido como dovish pelo mercado. O cenário alternativo, com probabilidade mais baixa, porém não desprezível, seria a sinalização da necessidade de um novo ciclo de alta de juros, devido a resistência da inflação, do câmbio mais depreciado e as expectativas inflacionárias que continuam desancoradas.

EUA – O Fed deverá encerrar o QE em sua reunião de hoje. Devido aos eventos recentes (queda no preço do petróleo, queda nas expectativas de inflação e aperto das condições monetárias) o FOMC pode optar por promover alterações em seu comunicado, colocando um viés mais dovish a decisão. Acredito que parte disso já esteja precificada pelo mercado e foi um dos vetores que ajudou a recuperação das bolsas norte americanas nos últimos dias. Um comunicado inalterado dará uma impressão mais hawkish, o que poderia acarretar uma nova rodada de correção dos ativos de risco, cenário que o Fed deveria evitar neste momento.

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