USD

A quinta-feira está sendo marcada por mais um movimento de fortalecimento do USD no mundo, que está sendo acompanhando por uma nova rodada de pressão nos preços das commodities. O mercado global de juros, e as bolsas ao redor do mundo, operam sem  movimentações relevantes.

A agenda do dia será a mais relevante da semana no cenário externo, com o Jobless Claims e o Durable Goods Orders podendo ser determinantes para esta dinâmica de curto-prazo dos mercados globais, especialmente no tocante ao USD e aos juros americanos.

Ainda vejo o mercado passando por um período de transição, onde o diferencial de crescimento entre os EUA e o resto do mundo ficará cada vez mais evidente. Neste ambiente, é natural esperar um fortalecimento gradual e continuo do USD, uma tendência de abertura de taxas de juros nos EUA, e um processo de ajuste de preços de ativos de carry-trade. Não vejo este ambiente como necessariamente negativo para ativos de risco, como as bolsas globais, mas entendo que em um período de transição como o atual, os ativos de risco precisem buscar um novo patamar de equilíbrio, onde os prêmios de risco devem ser superiores aqueles verificados no passado recente. Assim, períodos pontuais de ajustes, nos mercados emergentes por exemplo, e um aumento da volatilidade dos mercados, devem ser vistos de maneira natural e saudável.

Brasil – price-action dos ativos locais ontem mostrou um mercado mais equilibrado tecnicamente, especialmente no mercado de juros e câmbio. Os investidores já parecem ter ajustado suas posições ao cenário de relativo empate técnico em um eventual segundo turno entre Marina e Dilma nas eleições. Na próxima semana, até as eleições, deveremos ter mais uma série de pesquisas eleitorais. Acredito que o cenário base seja a manutenção do empate técnico apontado pelo último Ibope e Datafolha, mas confesso que qualquer vantagem de 2pp, para Marina ou para Dilma, pode levar a uma nova precificação dos mercados locais.

EUA – O New Home Sales divulgado ontem apresentou forte alta em agosto, subindo expressivos 18% e atingindo o maior patamar desde começo de 2008. O número está em linha com o NAHB Housing INdex divulgado na semana passada. Além da alta nas vendas, os estoques mostraram um recuou não desprezível, sinalizando para um mercado imobiliário muito mais balanceado. Este ambiente deveria dar sustentação ao setor nos próximos meses e, consequentemente, ser um importante pilar de crescimento da economia. O Jobless Claims hoje, assim como Durable Goods Orders podem acabar determinando a dinâmica de curto-prazo dos ativos americanos, especialmente o USD, os US Yields e as commodities.

China – Além de um crescimento pífio no curto-prazo, surgem novos ruídos no mercado de crédito. A bola da vez é uma empresa estatal (SOE), que já estaria atrasando o pagamento de parte de sua dívida. Caso este evento seja confirmado, será um fato novo no país, sem precedentes em sua história. Seria a primeira vez que uma SOE, de tamanho relevante, não conseguiria cumprir com suas obrigações financeiras. Ainda acredito que não haja motivos para pânico, e que o policy maker chinês tentará conduzir a situação de maneira gradual. Contudo, não há dúvida que os riscos são reais e crescentes, especialmente em um momento de fragilidade econômica.

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