Fed
Na expectativa da decisão do FOMC nos
EUA, os ativos de risco operam sem grandes movimentações essa manhã. As bolsas
da Ásia, lideradas pelos índices da China, tiveram uma quarta-feira mais
positiva. Hoje pela manhã, observamos um leve viés de fortalecimento do USD no
mundo.
Ontem, ao contrário do que eu vinha
propondo, o dia foi de otimismo e “risk-on”
generalizado, após a China anunciar novas medidas de suporte ao crescimento,
alguns jornalistas considerados “insiders”
no Fed declararem que não devem haver alterações significativas na reunião do
FOMC de hoje e, finalmente, no Brasil, rumores darem conta de uma pesquisa
Ibope mais favorável para Marina, o que acabou se confirmando.
Continuo acreditando que o FOMC quem
determinará a dinâmica de curto-prazo dos ativos de risco. Espero uma linguagem
mais neutro por parte de Yellen e Cia., o que pode ser visto como levemente
mais hawkish pelo mercado. Assim,
continuo vendo uma tendência gradual de abertura de taxas de juros nos EUA e
fortalecimento do USD.
Brasil – O cenário eleitoral continua ditando
o ritmo dos ativos locais. A pesquisa Ibope divulgada ontem, ao contrário do
Vox Populi, e do último Ibope divulgado na semana passada, mostrou uma leve
recuperação de Marian em eventual segundo turno contra Dilma, apesar de
prevalecer um empate técnico. A grande surpresa, contudo, ficou para o
expressivo avanço de Aécio, tanto nas simulações de primeiro turno, quanto de
segundo turno. A pesquisa pode indicar que Dilma atingiu seu teto, e a campanha
difamatória sobre Mariana tendo atingido seu ápice. Com um segundo turno mais
igualitário em termos de tempo de propaganda eleitoral, pode ficar a impressão
que Mariana teria mais espaço para se recuperar vis-à-vis Dilma, colocando-a
novamente como favorita na disputa eleitoral. Os ativos locais deveriam reagir
positivamente a este cenário.
EUA – Acredito que o Fed promoverá
alterações significativas no seu comunicado após a reunião do FOMC de hoje.
Yellen irá tentar, novamente, passar a mensagem de que o Fed está totalmente
dependente dos dados. O timing para
uma eventual alta de juros não é fixo e será determinado pelo cenário
prospectivo de inflação e crescimento. A manutenção, ou não, do termo “considerable time” pode dar uma pitada
mais “hawk” ou “dove” a decisão mas, de qualquer maneira, espero uma postura mais
neutra por parte de Yellen. Esta postura, assim, pode sendo interpretado como
mais hawkish pelo mercado.
China – A China anunciou a injeção de cerca
de USD$80B nos 5 principais bancos do país. A medida visa estimular o
crescimento e evitar uma nova espiral negativa na economia, e equivale a um
corte de 50bps no compulsório para todos os bancos locais. Acredito que, em
parte, alguma medida de suporte a economia já era esperada, o que vinha justificando
uma alta das bolsas chinesas mesmo em um ambiente de fraco crescimento. Vejo a
medida como positiva no curto-prazo, especialmente para estabilizar o humor dos
agentes após os fracos dados de crescimento de agosto. Contudo, ainda vejo um
cenário extremamente desafiador para o país. O governo me parece confortável
com um menor patamar de crescimento estrutural da economia e as medidas de
suporte deverão ser cada vez mais pontuais e localizadas. Assim, espero um
suporte apenas temporário dessas medidas sobre o mercado. O mundo está apenas
começando a ter que se acostumar com um menor crescimento estrutural do país.
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