Eleições Brasil & Fed
Na ausência de novidades relevantes
no cenário econômico, e com uma agenda macro relativamente esvaziada esta
semana, os ativos de risco vem basicamente mantendo as tendências recentes, ou
seja, com destaque para a abertura de taxa dos juros americanos e fortalecimento
do USD no mundo. Os investidores continuam se posicionando para o aumento da
probabilidade de uma mudança na comunicação do Fed na região do FOMC na semana
que vem.
A agenda do dia será novamente
esvaziada, mantendo o mercado a merce das pesquisas eleitorais no Brasil e de
fluxos pontuais nos EUA.
Brasil – A pesquisa CNT/MDA divulgada ontem mostrou uma nova redução na diferença
de intenções de voto entre Marina e Dilma no segundo turno, que caiu de dois
dígitos a cerca de duas semanas atrás, para 3% na pesquisa de ontem. Além
disso, a avaliação do governo Dilma segue uma trajetória clara de recuperação.
Os números me levam a crer que o PT esteja sendo bem sucedido em seu programa
eleitoral, passando uma mensagem de “medo” na eventualidade de uma nova mudança
política no país. Além disso, tem conseguido mostrar, de maneira inteligente
(mesmo que mentirosa) todos os feitos do PT nos últimos 12 anos de governo. Com
a maquina governamental a seu favor, e um tempo de TV muito maior que seus
adversários, Dilma vem ganhando esta batalha de curto-prazo. Contudo, ainda me
parece cedo para acreditar que os escândalos da Petrobras não farão nenhum
arranhão na campanha do PT e, no segundo turno, a campanha ganha contornos
diferentes, já que cada candidato terá 50% do tempo no programa eleitoral
gratuito. Em suma, a vitória da oposição não será assim tão fácil, mas ainda me
parece o cenário base. Os ativos locais sofreram forte correção nos últimos
dias, e podem continuar em tom de consolidação no curto-prazo. Contudo, pode
estar se formando uma boa oportunidade de entrada em posição para aqueles que
não pegaram o rally dos ativos brasileiros nas últimas semanas.
EUA – A mídia continua ventilando a possibilidade de mudanças no comunicado do
FOMC na semana que vem, e o Fed parece confortável com a “balançada” que o
mercado foi vítima nos últimos dias. Realmente me parece que Yellen e Cia.
ficaram desconfortáveis com a baixa vol e o baixo prêmio de risco nos mercados.
A recente alta das taxas de juros e do USD foi acompanhada por um aumento das
vols implíticas desses ativos. Acho que este movimento faz sentido e é bem
vindo pelo Fed. Não acredito em mudanças drásticas de postura por parte de
Yellen, mas me parece óbvio que estamos em um ponto de inflexão de política
monetária nos EUA, com o fim do QE muito próximo, e a necessidade de começar a se
montar um ambiente para potenciais altos de juros no começo do ano que vem. Não
é vantajoso para o Fed dar continuidade a este processo sem que uma sinalização
seja feita, já que a ruptura poderia ser muito maior. Assim, acredito que
podemos estar diante de uma nova fase deste ciclo econômico, onde o USD ganhará
mais força a medida que ficar claro a mudança de postura por parte do Fed.
Momentaneamente, este ambiente pode se mostrar mais desafiador para os ativos
EM e de carry-trade, mas a postura mais proativa e
agressiva do BCE, BoJ e PBoC deveria suaviazar estes movimentos.
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