Eleição

O final de semana foi sem novidades do ponto de vista externo, mas com desenvolvimentos negativos no âmbito político local. A semana será decisiva para os mercados financeiros locais e externos, com as últimas pesquisas eleitorais antes do primeiro turno das eleições no Brasil, e uma agenda econômica carregada nos EUA, que será finalizada pelos dados de emprego norte americanos na sexta-feira.

O cenário base é de manutenção do “status quo” atual, com dados de atividade econômica e emprego robustos nos EUA, que deveriam manter o USD bem suportado, liderado por uma alta gradual dos juros norte americanos (vide comentários adicionais abaixo). O risco, contudo, é que os números venham mais fracos do que aqueles divulgados nas últimas semanas, levando a uma correção dessas tendências recentes.

Mantenho minha visão de que o mercado está passando por um período de transição, onde o diferencial de crescimento entre os EUA e o resto do mundo ficará cada vez mais evidente. Neste ambiente, é natural esperar um fortalecimento gradual e continuo do USD, uma tendência de abertura de taxas de juros nos EUA, e um processo de ajuste de preços de ativos de carry-trade. Não vejo este ambiente como necessariamente negativo para ativos de risco, como as bolsas globais, mas entendo que em um período de transição como o atual, os ativos de risco precisem buscar um novo patamar de equilíbrio, onde os prêmios de risco devem ser superiores aqueles verificados no passado recente. Assim, períodos pontuais de ajustes, nos mercados emergentes, por exemplo, e um aumento da volatilidade dos ativos de risco, devem ser vistos de maneira natural e saudável.

Brasil – A última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira a noite, mostrou uma avanço expressivo de Dilma frente a Marina, tanto no cenário de primeiro, como de segundo turno. A evolução de Dilma é mais clara quando levamos em conta a tendência que ela vem mantendo, sem nenhum sinal de fadiga. As revistas de final de semana, e a revista Veja, em especial, continuam ventilando possíveis “fatos novos” da delação premiada do “Petrolão”, mas sem provas concretas do envolvimento do “núcleos duro” do governo Dilma. Acredito que os ativos locais operarão sobre pressão nesta segunda-feira, refletindo o aumento da probabilidade de vitória de Dilma, e uma reportagem fraca da revista Veja, cujos rumores no final da semana passada ajudaram no rally dos ativos locais na sexta-feira.

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