Pressão nas bolsas globais.
O dia está se provando bastante interessante, até o
momento. No cenário externo, estamos vendo a confirmação da perda de correlação
entre o S&P e o petróleo, em um dia de alta na commodity, mas queda global
das bolsas. O mercado de juros nos EUA teve um dia de abertura de taxas,
ajustando as recentes sinalizações do Fed (vide a seguir).
Na minha visão, o destaque do dia ficou por conta
dos discursos de membros do Fed ao longo do dia, em uma clara tentativa de
guiar o mercado para um cenário onde novas altas de juros podem ocorrer ainda
este ano e, talvez, mais cedo do que tarde. Com a curva curta de juros
precificando em torno de 50% de probabilidade de uma alta de juros até o final
deste ano, parece realmente prudente para o Fed administrar expectativas, caso
tenha a real intenção de dar continuidade ao processo de normalização monetária
ainda em 2016.
No campo econômico, o Core CPI ficou dentro das
expectativas do mercado, com alta de 0,2% MoM e 2,1% YoY. A produção industrial
apresentou forte alta em abril (0,7% MoM), mas após revisões baixistas do mês
anterior. Enquanto os dados do setor imobiliário mostraram certa recuperação do
setor. Em linhas gerais, ainda é uma economia que cresce a taxas baixas, porém
constantes, com um hiato do produto que continua fechando e uma inflação
gradualmente ascendente.
Os números de hoje, e a reação dos mercados apenas
reforçam a minha visão de que o cenário começa a se parecer, cada vez mais, com
aquele verificado no início do ano, quando uma desaceleração da China, aliada a
perspectiva de alta de juros pelo Fed, acabou levando a um forte movimento de
aversão a risco dos mercados. Minha única dúvida é, se neste estágio, os
mercados serão capazes de se diferenciar, com ativos ligados a China mais
pressionados, porém com um cenário de EUA ainda relativamente estável
(crescimento em torno de 2%, inflação baixa e Fed gradual)?
No Brasil, estamos passando por um claro movimento
de acomodação e ajuste de posições, após um movimento rápido e acentuado de
melhora. Henrique Meirelles divulgou oficialmente sua equipe econômica,
atendendo as já elevadas expectativas do mercado.
A Petrobras emitiu cerca de US$7bi em papéis de
dívida externa, abrindo uma importante janela de captação para o setor
corporativo nacional, em mais um passo positivo para os ativos locais. A janela
de captações externas estava totalmente fechada. Está emissão de Petro será
capaz de trazer algum parâmetro para a curva de bonds externos, dando suporte a novas emissões ao longo do ano.
Estou mantendo minha visão estrutural mais otimista com relação ao
Brasil, focando o risco no mercado de juros (reais e nominais). Acredito que
podemos passar por um período de consolidação, mas estou usando está recente
abertura de taxas como oportunidade para, de maneira parcimoniosa, adicionar
risco na carteira.
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