Fed em Foco.
As minutas do FOMC reforçaram a mensagem emitida por membros do
Fed nos últimos dias, ou seja, o processo de normalização monetária no país continua
“vivo”, e uma alta de juros não pode ser descartada no curto-prazo. Podemos
classificar as Minutas como mais hawkish
do que as expectativas do mercado. Os ativos de risco, assim, reagiram de
acordo, com um movimento global e generalizado de dólar forte, alta nas taxas
de juros dos EUA, pressão nas commodities e nos ativos emergentes. Até este
momento, as bolsas globais apresentam reação um pouco mais mista.
Interessante observar que houve uma relevante reprecificação da
política monetária dos EUA nos últimos dias, com o mercado já precificando em
torno de uma alta total de 25bps para este ano, mas um processo ainda
extremamente gradual no futuro próximo (vide gráfico abaixo).
No Brasil, os ativos locais seguiram o humor externo (vide
comentário de hoje cedo, reproduzido abaixo). Além disso, começam a surgir
diversos ruídos (ou “bombas fiscais”) para serem superados pelo novo governo,
com os problemas financeiros da Eletrobrás, a meta fiscal de 2016 (já fala-se
abertamente de déficit de R$160bi!), negociação da dívida dos Estados, entre
outros.
Eu mantenho minha visão estruturalmente mais positiva com
Brasil, mas como tenho afirmado neste fórum: Primeiro, não vivemos em uma ilha,
isolados das questões externos e, segundo, o novo governo não será capaz de
resolver todos os problemas do país em um “passe de mágica”. O processo de
ajuste econômico será lento, gradual e permeado de obstáculos a serem
superados.
Estou olhando a recente abertura de taxas locais de juros como
oportunidade de alocação a risco, com um olho na inflação de curto-prazo, e
outro no avanço das medidas propostas pelo novo governo brasileiro.
No cenário externo, reforço minha tese de que estamos no meio de
um cenário muito parecido aquele que vivenciamos no início do ano, com o crescimento
da China perdendo potência e a normalização monetária dos EUA de volta ao
centro das atenções.
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