Petróleo vs S&P

A quarta-feira trouxe movimentos interessantes para os mercados financeiros globais.
No Brasil, após um mês de março de vendas no varejo fracas e abaixo das expectativas do mercado, aliado a continuidade do otimismo com relação ao governo Temer, observamos mais um movimento de fechamento de taxa de juros. O mercado apresentou leve correção na parte da tarde, mas de maneira geral ainda mostra uma dinâmica de que o quadro técnico ainda parece saudável.
No câmbio, após duas atuações do BCB, e um final de manhã de certa indigestão, a ausência do BCB na parte da tarde, aliado a um movimento global de dólar fraco, acabou ajudando o bom desempenho da moeda. Ainda parece haver espaço para novas rodadas de apreciação de curto-prazo, levada por fluxos pontuais de otimismo. Contudo, o BCB deverá permanecer ativo, tentando viabilizar uma apreciação mais suave do Real.
O mercado externo foi interessante, pela perda de correlação do petróleo com as bolsas norte americanas. Problemas específicos, micros (Disney, Staples, Office Depot, Macy´s) acabaram liderando a queda do S&P500, mesmo em um dia de alta do petróleo que, a princípio, seguiu números melhores de estoques e problemas de oferta em algumas regiões. As moedas tentaram seguir a melhora do mercado de commodities, mas acabaram sentindo a pressão nas bolsas do EUA.
Além disso, podemos citar mais uma rodada de pressão nos bancos das Itália, que ainda estão digerindo os problemas de NPL no país como fonte de pressão sobre as bolsas da Europa.
O news flow em relação a China foi mais calmo, mas ainda me parece um problema latente no mercado.
Em relação as vendas no varejo do Brasil, segundo nossa equipe econômica: Dado pior que o esperado pelo Mercado, mas bem próximo do que estávamos projetando de modo que não alteramos o nosso cenário base de crescimento para o primeiro trimestre de 2016/ano (em quase -1%t/t dessaz no 1t 2016  e -4,2% no ano); As quedas nas vendas no varejo foram disseminadas; Os fundamentos (confiança, crédito e massa salarial) sugerem que as vendas no varejo continuem caindo fortemente no ano/ano. A elevação esperada da taxa de desemprego sugere que essa fraqueza tende a continuar por um bom tempo. Por outro lado, a desaceleração da inflação em 12 meses deve compensar parcialmente os vetores para o lado negativo.

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