Brasil: Meirelles ajuda a acalmar o mercado.
O feriado nos EUA e na Inglaterra manteve os ativos de risco com
pouca liquidez e baixa volatilidade.
No Brasil, em um
sinal de que o quadro técnico possa estar melhor, tivemos um dia de desempenho
mais positivo dos mercados de câmbio e juros. A aparição de Henrique Meirelles
em alguns eventos ao longo do dia, com um discurso bastante austero e coerente,
pode ter ajudado na dinâmica desta segunda-feira.
Além disso, mesmo que por questões pontuais e sazonais, o
resultado do déficit fiscal do Governo Central ter apresentado superávit de
R$9,8B, muito acima das expectativas de R$2,4B, em conjunto com a recuperação
de alguns indicadores de confiança, também foram vetores que contribuíram para
dar um alívio aos mercados locais.
A partir de amanhã, teremos uma agenda externa bastante
importante para o cenário de curto-prazo, com importantes indicadores de
atividade, inflação e emprego nos EUA, além do PMI na China.
Continuo otimista com a possibilidade de novas rodadas de
fechamento de taxas de juros no Brasil, mesmo que ruídos pontuais possam trazer
volatilidade passageira ao mercado. Continuo sem grandes convicções no mercado
de BRL e Ibovespa. Contudo, acho válido citar que a perspectiva de mudança de
governo já vem fazendo efeito nos indicadores de confiança, o que pode ser um
sinal de recuperação do crescimento à frente e, eventualmente, ser um vetor de
sustentação para alguns setores da bolsa local, para o BRL e as taxas longas de
juros.
No cenário externo, continuo cético com o rally de curto-prazo observado em alguns mercados. Vejo um cenário
de baixo crescimento global, com uma produtividade baixa e uma inflação
gradualmente altista nos EUA, o que costuma comprimir margens de lucros. Além
disso, mesmo que não se confirme as expectativas mais pessimistas com a China,
trabalho com um cenário de crescimento estrutural mais baixo do que o atual, o
que por si só não parece refletido no preço dos ativos.
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