Externo: Sinais preocupantes.
No campo econômico, o destaque do dia ficou por
conta da alta de 274k para 294k no Jobless Claims nos EUA, um dos mais
importantes e contemporâneos indicadores de emprego e crescimento do país. O
indicador atingiu o pior patamar em 15 meses. A alta foi integralmente
explicada por uma piora no cenário de emprego de NY, o que pode vir a ser
explicado por algum pontual. Contudo, a manutenção de uma trajetória altista
para o Jobless Claims será um sinal extremamente negativo para o cenário.
Nos mercados financeiros globais, acho válido
atentar para o movimento de queda que temos visto no mercado de commodities
metálicas. A dinâmica desta classe de ativo pode sinalizar para uma fadiga do
movimento de recuperação verificado entre fevereiro e abril, em meio a novas
evidencias de que o crescimento da China (e da Ásia em geral) continua
extremamente frágil e de sustentação questionável.
As moedas asiáticas voltaram claramente a uma
tendência de depreciação, em linha com o cenário descrito acima.
O petróleo parece ter ganhado vida própria,
seguindo notícias específicas, tais como estoques e problemas localizados de
oferta.
No Brasil, o mercado continua operando com viés
positivo, à espera da nomeação da equipe de Temer e das primeiras medidas
propostas para o ajuste econômico. O BRL acabou tendo um dia mais negativo,
provavelmente afetado por fluxos pontuais e pela nova rodada de atuação do BCB
nos swaps reversos.
Continuo com viés mais negativo com o cenário
externo (baixo crescimento, riscos provenientes da China, produtividade baixa
nos EUA em meio a múltiplos elevados das bolsas, entre outros). No Brasil,
continuo otimista com o governo Temer, mas preferindo expressar este otimismo
via o mercado de juros. Contudo, não descarto uma consolidação do mercado no
curto-prazo. Não vejo o técnico como negativo, mas o mercado já fez um
movimento rápido e acentuado. Consolidações tendem a ser naturais e saudáveis
neste tipo de processo de reprecificação.
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