Daily News – Em que fase estamos?
Depois de três dias consecutivos de recuperação dos
ativos de risco, estamos observando alguma acomodação está manhã. Como comentei
ao longo da semana, “bear market rallies” são normais e costumam ser rápidos e
acentuados.
Continuo com a visão de que a crise não acabou, que
ainda teremos volatilidade, mas vejo avanços significativos nos pilares de
sustentação que ajudarão a tirar o mundo desta crise e evitar perdas adicionais
nos ativos financeiros. São eles:
Posição técnica mais saudável; nível de preços/valuations
mais atrativos; atuação firme e agressiva dos bancos centrais; e um movimento coerente
na direção de medidas fiscais amplas e irrestritas para evitar o caos econômico
e social.
Para resolvermos a crise de maneira mais
estrutural, precisaremos ter uma melhor visibilidade do tempo em que a economia
global ficará parada, ou seja, quando países como Itália e EUA conseguirão “achatar
a curva” de infecções e conter o contágio do vírus. Além disso, seria fundamental
o surgimento de um medicamento para reduzir o tempo da infecção, assim como a
sua fatalidade. Por fim, uma vacina que evite novos surtos seria fundamental.
Entrando no caso do Brasil, vimos avanços importantes
na rede de apoio à sociedade nos últimos dias. O país caminha na direção de EUA
e Inglaterra que, além de medidas de suporte ao setor corporativo, deve aprovar
um pacote de injeção financeira direto na sociedade:
O custo fiscal será grande, mas há consenso na
academia e no mercado que este problema deverá ser deixado para o futuro. O
momento é de agilidade, flexibilidade e pragmatismo.
Em relação aos dados econômicos, ontem vimos a primeira
“bomba” vinda dos EUA. O número semanal de novos pedidos de auxílio desemprego
superou os 3mm na última semana. É um número impressionante e tenebroso. O
maior número anterior tinha sido na ordem de 600-700mil no auge da crise de 2008:
Contudo, diante dos eventos recentes, era um número
já esperado por economistas e pelo mercado. Tenho insistido todos os dias para
nos acostumarmos com dados econômicos extremamente negativos e tenebrosos nas
próximas semanas e meses.
Isso já deveria ser esperado por muitos e
estar precificado no mercado. Não à toa, vimos a aprovação de um pacote fiscal
de estímulos de US$2tri pelo Congresso dos EUA esta noite, número sem
precedentes na história.
Finalizo aqui com os sinais do que podemos esperar
dos lucros corporativos nos próximos meses, mas fazendo a abertura de que parte
disso – ou até um cenário pior do que este – já foi precificado em parte dos
ativos de risco:
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