Alocações


A sexta-feira de forte recuperação dos ativos de risco. Vimos alguns desenvolvimentos e avanços relevantes no tocante às medidas para lidar com a crise, mas devemos seguir em um ambiente de elevada incerteza e volatilidade.

Na noite de ontem o Congresso dos EUA aprovou um pacote de ajuda para o Coronavírus e a Alemanha sinalizou que irá adotar medidas na mesma direção. Os bancos centrais das principais economias do mundo seguem na direção de cortar suas taxas de juros e injetar liquidez no mercado.

Acredito que medidas adicionais serão necessárias, especialmente do ponto de vista fiscal e creditício. O tamanho e magnitude dessas medidas é que irão determinar o tamanho e a duração da crise.

Acho difícil dizer que já chegamos ou passamos o auge da crise. Gosto de adicionar alocações de maneira parcimoniosa, especialmente na bolsa do Brasil e na bolsa dos EUA, mas fazendo o alerta de que quedas adicionais podem, e devem, ocorrer.

Como não sabemos – e ninguém sabe – quando a crise irá ceder, a melhor forma de alocação é de maneira fatiada. Nos preços de hoje, vejo a bolsa do Brasil com “valuation” mais atrativo e quadro técnico mais favorável. Acredito que o técnico tenha feito um estrago maior em Brasil nos últimos dias.

Nos EUA, há espaço para quedas maiores, o que poderia gerar contágio para o resto do mundo.

Continuo vendo o maior risco do cenário no mercado de crédito internacional, especialmente nos EUA. Caso a crise não seja devidamente endereçada há um risco de contágio com proporções gigantescas para este mercado.

Em suma, vejo oportunidades sendo criadas, mas riscos elevados e alguns “riscos de cauda”. Fazer proteção/hedge ficou excessivamente “caro”. Por isso, sugiro um portfólio balanceado, ainda mantendo caixa. Não tenho certeza de que seja o momento de estar “all in”, sempre prefiro alguma cautela. As alocações devem ser feitas de maneira parcelada.

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