Avanços


O final de trouxe alguns avanços adicionais ao cenário, na minha visão para o lado positivo. Isso não quer dizer que os mercados irão se recuperar no curto-prazo. Ainda há sinais de fragilidade no lado técnico e na liquidez, mas não podemos perder o “norte” dos fundamentos de longo-prazo:

Nos EUA o governo negocia um pacote fiscal da ordem de US$2 trilhões. Na Alemanha, há negociações em curso para um pacote da ordem de EUR$350 a EUR$500 bilhões.

Além da importância dos tamanhos desses pacotes, me parece haver um consenso e uma direção positiva no teor das medidas, que miram um misto de crédito para o setor corporativo, “equity” para algumas empresas e, acima de tudo, dado o teor desta crise, dinheiro (“cash”) na mão das famílias e da sociedade.

Estes pacotes precisam ter um foco nas pequenas e médias empresas, assim como nos setores mais vulneráveis da sociedade. Pelo o que vi de avanço nos pacotes de Inglaterra, EUA e Alemanha, vejo um caminho positivo sendo trilhado.

O maior exemplo disso é a possibilidade que a renda de famílias que ganhem até um certo valor seja compensada, ou garantida, por tempo indeterminado, pelos governos.

Não é hora de ajuste fiscal. O momento demanda flexibilidade, agilidade e pragmatismo. A direção foi dada. Já existe um consenso em torno das medidas, agora resta desafio da implementação.

O Brasil parece caminhar na mesma direção, com um pacote anunciado há pouco pelo BNDES, após as medidas do Ministério da Economia na semana passada. Outras medidas podem, e devem, ser implementadas. Deixaremos o ajuste fiscal para depois, com razão e sem preocupação.

Os Bancos Centrais das principais economias do mundo seguem anunciando medidas agressivas de suporte, fazendo a sua parte desde o primeiro momento da crise.

Finalmente, crescem as esperanças de que uma combinação de medicamentos possa estar sendo bem-sucedida em limitar os danos do vírus, o que seria uma evolução importante para o cenário.

Por fim, ainda precisamos verificar uma “luz no fim do túnel” nos países mais afetados pelo vírus, como Itália e parte da Europa, assim como nos EUA.

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