ADP Employment, PIB e Mercados

EUA - O ADP Employment apresentou alta de 218k, mantendo a média móvel de 3 meses em torno de 225k, mesmo patamar do Payroll. O PIB apresentou positiva alta de 4% no 2Q, com o 1Q sendo revisado de -2.9% para -2.1%. Os números não foram excepcionais, mas claramente positivos. Podemos concluir que a economia americana está em um claro processo de saudável recuperação. Acho que está ficando cada vez mais difícil o Fed não apontar isso em seu comunicado e em seus discursos.

Brasil – O IGP-M de julho apresentou queda de 0.61% MoM, abaixo das expectativas de queda de 0.50%. Assim, a alta em 12 meses saiu de 6.24% para 5.32%. O IPC caiu de 0.34% para 0.15%, em linha com os 0.17% do IPCA-15, e em linha com os números mais brandos dos IPC-S nas últimas semanas. O IPA subiu de -1.44% para -1.11%, com os Agrícolas passando de -3.73% para -2.66% e os Industriais saindo de -0.55% para -0.53%. O número confirma que o BCB terá uma janela mais positiva de inflação no curto-prazo, que além do efeito de Alimentação, pode acabar sendo ajudado pelos dados mais fracos de atividade.

Mercados – Gostaria de reiterar que uma possível reprecificação da curva de juros nos EUA não é necessariamente negativa para todas as classes de ativos, contanto que o movimento consiga permanecer gradual. Como o ambiente ainda demanda gradualismo por parte do Fed, podemos ter um cenário mais desafiador para os juros e câmbio nos mercados emergentes, mas não necessariamente para as bolsas globais. Continuo acreditando que a parte curta da curva de juros nos EUA necessita fazer um ajuste entre 20 e 40bps para cima, mas com claro movimento de flattening. Os juros longos, obviamente, irão subir “a reboque” da parte curta da curva, mas o Fed tem amplo espaço para segurar a parte longa da curva a através de seu discurso de gradualismo.


Posição – Acredito que se desenhou um cenário onde o Fed irá tentar linkar suas ações aos desenvolvimentos econômicos. Estes, por sua vez, demandam cada menos liquidez no mercado. Assim, acredito que está de consolidando um ambiente que pode favorecer o USD no mundo. Além disso, podemos ter uma elevação das vols de FX, em especial EM FX. Os juros EM devem passar por um período de consolidação, leia-se, pressões altistas, até porque o mercado está a quase 6 meses no carry-trade emergente (juros e câmbio). Ainda não vejo um cenário de perda de parâmetros, como no “tapering” de maio/junho/julho do ano passado, mas movimentos migrando para esta direção. Se o movimento dos juros americanos for gradual e bem administrado, não será necessariamente negativo para bolsas globais. (Long USD, Long Vol). No Brasil, a parte curta da curva de juros me parece defendida pelo cenário macro, mas os longos podem ter um período um pouco mais desafiador. O BRL, por sua vez, deve seguir o humor global em relação ao USD. Existe um cenário, contudo, em que o quadro político continue se desenvolvendo a favor da oposição, e os ativos locais acabem apresentando performance mais positiva do que seus pares. Este cenário é real, e pode conter os movimentos dos ativos locais (Aplicado na parte curta da curva de juros, Long USDBRL e Long BRL Vol).

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