Ata do Copom
Duas passagens da Ata do Copom, se lidas em
conjunto, levam a crer que o BCB pode estar abrindo a porta para potenciais
medidas macro prudenciais, caso o cenário demande (vide abaixo), ou seja, algum
alívio ao crédito. No parágrafo 31, o segundo parágrafo abaixo, ele deixa claro
que “não contempla redução do instrumento de política monetária”,
leia-se, a taxa Selic. Mas não fecha a porta para outros tipos de medidas.
Talvez esse debate ganhe corpo nas próximas semanas:
O Copom destaca que o cenário central
também contempla expansão moderada do crédito. Importa destacar que, após anos
em forte expansão – arrefecida com a introdução de medidas macroprudenciais em
finais de 2010 – o mercado de crédito voltado ao consumo passou por uma
moderação, de modo que, nos últimos trimestres observaram-se, de um lado,
redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem das
famílias. No agregado, portanto, infere-se que os
riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados. Em outra dimensão, o Comitê considera oportunas
iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de
operações de crédito.
O Copom avalia que pressões
inflacionárias ora presentes na economia – a exemplo das decorrentes dos
processos de realinhamentos de preços citados anteriormente e de ganhos
salariais incompatíveis com ganhos de produtividade – tendem a arrefecer ou,
até mesmo, a se esgotarem ao longo do horizonte relevante para a política
monetária. Em prazos mais curtos, some-se a isso o deslocamento do hiato do
produto para o campo desinflacionário. Ainda assim, o Comitê antecipa cenário
que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas
as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária – tende a entrar em trajetória de convergência para a
meta nos trimestres finais do horizonte de projeção.
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