Bolsas Europeias e IPCA

O destaque da manhã está por conta de uma forte pressão sobre as bolsas da Europa, seguindo uma segunda-feira de desempenho negativo desta classe de ativos. Além de alguns resultados corporativos mais negativos ao longo da noite, os últimos indicadores de crescimento da região mostram um cenário de fragilidade econômica que, por hora, não foi estabilizada pelas medidas do ECB. Ontem, a produção industrial de maio na Alemanha apresentou elevada queda de 1.8% MoM e hoje foi a vez da produção industrial do mesmo mÊs, na Inglaterra, mostrar uma acentuada queda de 0.7% MoM. Além disso, na Alemanha, as Exportações de maio caíram 1.1% MoM e as Importações apresentaram queda de 3.4% MoM, ambas muito abaixo das expecativas de -0.4% MoM e +0.5% MoM, respectivamente. A despeito da postura agressiva do ECB nos últimos meses, a economia da região parece não estar reagindo de forma consistente e, até mesmo a Alemanha, que vinha sendo o último pilar de sustentação do crescimento da Europa, dá sinais mais negativos. Assim, as bolsas Européias estão liderando um movimento de realização de lucros nos ativos globais de risco. Acredito que este movimento seja natural e saudável após o forte rally verificado nos últimos meses. Neste momento, é difícil prever qual será o tamanho do movimento, mas tendo a achar que será uma correção relativamente modesta e curta.

Brasil - Os indicadores da ANFAVEA de junho apresentaram forte queda da produção e das vendas de veículos no mês, abaixo até das expectativas já bastante deprimidas do mercado. Com este número em mãos, as primeiras prévias da PIM de junho apontam para mais um mês de queda relevante da industria no país. Na agenda de hoje, o IPCA de junho, cujo o mercado espera alta de 0.39% MoM e 6.51% YoY pode ser determinante para os próximos passos do BCB. Acredito que o BCB manterá os juros estáveis nas próximas 2 a 4 reuniões do Copom, mas com os desenvolvimentos recentes no campo da atividade econômica, não podemos descartar uma mudança de postura, caso a inflação ajude e mostre sinais mais permanentes de arrefecimento. Neste ambiente, a parte curta da curva de juros deve se manter bem ancorada. No mercado de câmbio, fluxos pontuais, e o humor externo em relação ao USD estão colocando uma leve pressão altista no USDBRL. Acredito que o cenário externo continuará ditando a dinâmica deste mercado e acho que o viés deve ser levemente favorável ao USD.

EUA - A agenda econômica americana só irá ganhar tração amanhã, com as Minutas do FOMC, mas hoje temos indicadores secundários que podem atrair as atenções do mercado, como o Small Business Confidence e o JOLTS Job Opening. Continuo otimista com relação a recuperação econômica do país. Contudo, precisamos ter cautela com os atuais níveis de preços e volatilidades de alguns mercados que, como comentado no parágrafo inicial, podem sofre correções pontuais nos próximos dias.

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