IPCA
O
IPCA de junho apresentou alta de 0.40% MoM e 6.52% YoY, contra expectativas de
0.39% MoM e 6.51% YoY.
O item Alimentação foi o principal
responsável pelo arrefecimento do indicador, saindo de 0.58% para -0.11%.
Contudo, também observamos recuo expressivo de Artigos de Residência, passando
de 1.03% para 0.38%. O destaque de alta ficou por conta de Despesas Pessoais,
que subiu de 0.80% para 1.57%, puxada por uma elevação pontual de 25% em
Hotéis. A Copa do Mundo parece estar fazendo alguma pressão altista sobre os preços.
Assim, passado este efeito pontual, será relevante observamos se a inflação
terá condições de se estabilizar em patamar mais brando.
Podemos tirar uma notícia positiva da
inflação deste mês, mesmo com o 12 meses ultrapassando o teto da meta de 6.50%.
Grande parte da surpresa altista do número foi fruto do efeito da Copa do
Mundo, com Tarífas Aéreas subindo 22% e Hotéis subindo 25%. Em conjunto, estes
dois itens elevaram a inflação em 20bps, ou seja, sem este efeito, a inflação
estaria rodando em torno de 0.20%, exatamente o patamar que a Coleta Diária vem
rodando nos últimos dias.
A despeito da queda do índice de difusão, que saiu de
66.8% para 61.4%, os núcleos continuam rodando em patamar preocupantemente
elevados.
Acredito que a ausência de surpresas
negativas na inflação de curto-prazo, aliada ao cenário dramático da atividade,
devem manter os mercado de juros bem ofertados. Cria-se a esperança de, passado
este efeito pontual da Copa do Mundo, termos índices de inflação na casa dos
0.20% nos próximos meses, o que pode ser visto como um alívio ao BCB. A
despeito de eu ainda acreditar que o cenário seja de manutenção dos juros nas
próximas reuniões do Copom, o risco está aumentando de uma mudança de postura
na parte final deste ano ou começo do ano que vem.
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