EUA – O Payroll
apresentou alta de 217 mil em maio, sem grandes revisões para os meses
passados, deixando a média móvel de 3 meses em torno de 235 mil, e o quarto mês
consecutivo de uma alta superior a 200 mil. A Taxa de Desemprego, que havia
caído de 6.7% para 6.3% no mês passado, ficou estável em maio, contra
expectativas de alta para 6.4%. Os dados de earnings, e os detalhes da
pesquisa da Taxa de Desemprego, apontam para mais uma rodada de recuperação do
emprego e dos rendimentos, o que reduz, gradualmente, o “slack” da
economia. Classificaria o número como positivo, principalmente frente aos
recentes dados de crescimento da economia.
Brasil – Os ativos
locais estão fazendo uma reação clássica a pesquisa Datafolha. Bolsa para cima,
câmbio apreciando e curva de juros inclinando negativamente, com forte
fechamento da parte longa. O cenário externo também está colaborando.
Mercados – Dentro do
cenário que desenhamos ontem neste forum: “Payroll entre 150k e 220k = Risk
On. Juros americanos permanecem sem vol, com crescimento OK e inflação ainda
baixa. Deveria favorecer os ativos de risco, EM e Carry.”. Adicionaria
algumas observações. Achei o número de emprego nos EUA bastante positivo, mas
entendo que vindo logo após uma decisão de política monetária agressiva do BCE
ontem na Europa, podemos ter mais uma rodada de busca por risco e yields,
favorecendo as bolsas globais, EM e Carry. Contudo, acho que já existem
evidências suficientes para acreditar que a economia americana se encontra em
bases sólidas para um crescimento robusto de agora em diante. Assim, o processo
de normalização monetária por parte do Fed, mesmo que gradual, deve continuar,
o que ainda me parece mau precificado no mercado. Espero uma tendência gradual
de abertura de taxa de juros nos EUA, que deve dar suporte, em um primeiro
momento, a USD contra G10. Os ativos EM podem continuar “surfando” o ambiente
positivo no curto-prazo, mas assim que o Fed mudar seu discurso, ou a curva de
juros americana apresentar abertura de taxa mais contundente, esses fluxos para
EM e Carry podem se reverter rapidamente. No Brasil, a possibilidade de
derrota de Dilma deve dar novo ímpeto aos ativos locais, que podem apresentar
performance relativa melhor do que seus pares no curto-prazo. A bolsa, e papéis como Petrobras e Banco do Brasil, devem ser os ativos mais reativos as pesquisas eleitorais.
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