BRL

Os ativos de risco continuam mostrando sinais de “cansaço”. Na ausência de novidades relevantes ao cenário, os mercados globais seguem sem uma tendência definida clara e sem movimentações relevantes. Com o fina do mês, do trimestre e do semestre se aproximando, e com a agenda econômica relativamente esvaziada, teremos fluxos pontuais de ajustes de posições ditando a dinâmica dos ativos de risco nos próximos dias. Após isso, a semana que vem será de agenda importante, com destaque para os dados de emprego nos EUA, que podem vir a ser um trigger para retirar o mercado da inércia atual.

Brasil – Com o anuncio da rolagem do programa de swaps cambiais, a continuidade das rolagens de quase 100% dos swaps vincendo e um pano de fundo externo positivo para carry, o BRL vem apresentando claro viés de apreciação. No cenário atual, a postura do BC, parece uma tentativa deliberada de apreciar o câmbio com intuito de ajudar no combate a inflação. Isto ficou ainda mais claro após o Relatório de Inflação (RI) divulgado pelo BC ontem. Assim, só uma mudança drástica de humor externo, ou uma mudança de postura por parte do BC, será capaz de inverter este movimento. Por hora, podemos esperar um ambiente de baixa volatilidade e viés de apreciação do BRL. Na minha visão o RI divulgado ontem foi dovish, já que precisou explicar uma manutenção de juros em um ambiente em que revisou para cima suas expectativas de inflação. Ainda não há sinais claros de que a inflação irá migrar para o centro da meta até o meio de 2016. Contudo, não existe espaço para quedas de juros no horizonte relevante. Em suma, o RI confirma que este BC deve manter os juros estáveis por um longo período de tempo. Continuo achando cedo para falar em queda de juros no Brasil. A parte curta da curva local me parece com pouco prêmio. A parte longo deve seguir o humor político e externo.

EUA – O Jobless Claims mostrou um ambiente ainda bastante favorável para o emprego no país, o que dá força as expectativas de mais um Payroll robusto, acima de 200k, em junho e que será divulgado na semana que vem. Por outro lado, a alta de 0.17% no Core PCE de maio mostra uma inflação subindo apenas gradualmente para a “meta” de 2% do Fed. Assim, desenha-se um cenário em que o crescimento continua saudável, sem grandes riscos inflacionários no horizonte, o que deve ser visto como um cenário positivo para ativos de risco. A agenda de hoje será esvaziada, mas semana que vem teremos novos indícios da real situação da economia americana, especialmente no tocante ao emprego do país.


Europa – Os indicadores de confiança de junho, divulgados essa manhã mostraram leve queda. A região continua vivendo um cenário de crescimento baixo, porém relativamente estável em torno de 1%-1.5%. Os recentes eventos na Ucrânia e no Iraque, com a consequente alta no preço do petróleo, parecem estar afetando negativamente o humor do empresário e consumidor europeu, o que será um desafio adicional ao BCE. A região continua mostrando sinais de estabilidade em seu cenário, onde os riscos de crescimento e inflação baixas estão sendo compensados pela postura mais agressiva do BCE.

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